Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – A Polícia Civil do Amazonas cumpriu 13 mandados de prisão, na terça-feira, 22, contra suspeitos de depredarem o prédio da delegacia de Barreirinha (a 330 quilômetros de Manaus) e de incendiarem duas viaturas em protesto contra o assassinato de uma criança de 1 ano e cinco meses no último domingo, 20.
Em entrevista ao site Central de Notícias da Amazônia, de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), na noite de terça-feira, 22, o delegado Adilson Cunha, da 3ª DIP (Delegacia Interativa de Polícia), também de Parintins, afirmou que as prisões dos suspeitos ocorreram para evitar novos atos de vandalismo na cidade.
“A gente precisava retirá-los o mais rápido possível daquela cidade, pois já estavam orquestrando para fazer outras manifestações e nós não podíamos mais deixar passar tempo para que outro fato ocorresse. Inclusive, já havia ameaças de manifestação em frente ao fórum”, afirmou o delegado Cunha.
Na manifestação de domingo, um rapaz identificado como Otávio Gabriel faleceu no hospital de Barreirinha e o outro, identificado como Roniel Viana, no Hospital Regional Jofre Coehn, no município de Parintins, na madrugada desta segunda-feira, 21. Ambos foram baleados no confronto com policiais.
A confusão começou quando os manifestantes ameaçaram retirar de dentro da sede da 42ª DIP (Delegacia Interativa de Polícia) o homem suspeito de estuprar e assassinar uma menina de 1 ano e cinco meses, na Comunidade Terra Preta do Limão. Revoltados, os moradores queriam linchar o suspeito, mas foram barrados pelos policiais.
Na mesma noite, a SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas) informou que a Polícia Militar do Amazonas encaminhou policiais para Barreirinha em virtude das depredações registradas após a prisão do suspeito. A Polícia Civil enviou uma equipe para investigar o crime e apurar a depredação do patrimônio público.
“Todos os que foram presos hoje já serão encaminhados para o presídio para que fatos piores não ocorram. A Justiça já autorizou todos a se deslocarem diretamente. Será realizado exame de corpo de delito e logo após os mesmos serão encaminhados para o presídio de Parintins, para que isso não ocorra”, afirmou Cunha.
Ainda de acordo com o delegado, novos pedidos de prisão deverão ser feitos. “A justiça expediu 13 a princípio. Porém, há muito mais gente envolvida naquele ato de vandalismo que acabou com a delegacia de Barreirinha. Então, ainda pegaremos mais depoimentos que serão juntados aos autos do inquérito. E, se preciso for, outras representações de prisão serão feitas”, afirmou Cunha.
De acordo com a Polícia Civil, foram expedidos 13 mandados de prisão preventiva e oito pessoas foram presas pela depredação à sede da 42ª DIP. Os seis policiais civis que estavam presentes no ato, no domingo, já foram identificados. Suas ações serão enviadas ao Departamento de Polícia do Interior, e, posteriormente, aos órgãos correcionais para análise das condutas dos policiais.
A reportagem solicitou mais informações da Polícia Civil do Amazonas, mas até a publicação desta matéria nenhuma resposta foi enviada.