Por Bruno Strahm, especial para o AMAZONAS ATUAL
MANAUS – A Escola Estadual João Ferreira da Fonseca, do município de Borba (a 151 quilômetros de Manaus), que teve a pior média de desempenho de todas as escolas do país nas provas de Linguagem no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2014 e a pior colocada do Amazonas em Redação, tem apenas dois professores com formação específica em sua área de atuação. A informação é da Seduc (Secretaria de Estado de Educação).
A Meta 16 do Plano Nacional de Educação estabelece que até 2024 os estados e municípios devem garantir a todos os profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.
Procurada pela AMAZONAS ATUAL para explicar o baixo desempenho da escola borbense, a Seduc explicou que a João Ferreira de Fonseca, não possui professores em número suficiente para todas as disciplinas. “Professores com formação na devida área são apenas dois na escola, que são os de Matemática. Para as demais disciplinas, são professores com o curso Normal Superior, Em 2014, a Seduc ofertou cinco vagas para professor de Língua Portuguesa para o município todo, sendo 3 vagas para o regime de 40 horas e duas vagas para o regime de 20 horas, mas apenas 3 vagas foram preenchidas”, disse a assessoria.
Desempenho baixo
Outros municípios do interior também possuem escolas com médias baixas: A Escola Estadual Balbina, de Presidente Figueiredo, teve o pior desempenho do Amazonas em “Ciências Humanas e suas tecnologias”, com média de 450,93 pontos. A Escola Estadual São Francisco, de Tonantins, teve média de pontos de 387,66 e Matemática e suas tecnologias, uma das vinte piores do Brasil.
Entre as trinta médias mais baixas do país, em Ciências da Natureza e suas tecnologias, ficou a Escola Estadual Tibúrcio Alves Mogeiro, de Careiro da Várzea, com 417,47 pontos.
Os dados disponíveis no site do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) demonstram algumas semelhanças entre as escolas dos municípios citados: o nível baixo ou médio baixo do nível socioeconômico dos alunos e a formação acadêmica do corpo docente das escolas abaixo de 50%.
A Seduc admitiu que o Amazonas sofre com falta de professores com formação específica em municípios do interior e informou que o problema só será sanado a médio e longo prazo através da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e outras instituições, sem citar quais seriam.