Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – Agente da PF (Polícia Federal) sustenta em relatório que o ex-secretário Afonso Lobo (Fazenda) pode ter pago R$ 600 mil de entrada em um apartamento em Manaus em espécie ou por meio de conta bancária de terceiros. A informação está nos documentos que compõem a Operação Custo Político, que levou cinco ex-secretários do Governo do Amazonas para a cadeia, acusados de se beneficiarem de esquema de desvio de dinheiro da saúde.
No relatório, o agente Carlos Cavalcante de Mendonça informa que na declaração de bens de 2016, Lobo informou ter comprado um apartamento no valor de R$ 1,1 milhão. Na descrição na declaração, a forma de pagamento do imóvel teria ocorrido por meio de uma adiantamento de R$ 600 mil, em junho de 2015, e o restante em parcelas no valor de R$ 50 mil.
No entanto, segundo o agente da PF, não foi encontrado na movimentação bancária de Lobo, no ano de 2015, nenhum registro de que ele tenha sacado ou transferido R$ 600 mil no referido período.
“Acontece que ao analisar o extrato bancário do Sr. Afonso, não foi possível identificar nenhuma transação referente a esse sinal de R$ 600 mil, durante todo o período de junho de 2015, foram movimentados apenas R$ 68.210,95 em débito, levando a crer, que esse sinal foi possivelmente pago em espécie ou através de contas de terceiros”, escreveu o agente federal.
O apartamento ao qual a PF se refere fica localizado no prédio Diamond Residence Tower, situado na rua Fortaleza, 100, bairro Adrianópolis, zona centro-sul de Manaus. Na mesma declaração de bens analisada pela polícia, Lobo declarou possuir outro apartamento, no valor de R$ 607 mil, e um terreno em Presidente Figueiredo avaliado em R$ 10,8 mil.
A reportagem ligou para o advogado de Lobo, Diego Marcelo Padilha, mas as chamadas não foram atendidas.
Preso
Afonso Lobo foi preso em dezembro do ano passado na Operação Custo Político. Segundo a PF, o ex-secretário favorecia a liberação de pagamentos para empresas de Mouhamad Moustafa, que mantinham contrato com o Estado. Em troca, ele recebia propina, presentes e diárias em hotéis.
Na quinta-feira, 25, o juiz federal Leão Aparecido anulou a prisão preventiva de Lobo. Com a decisão, ele passou a cumprir prisão domiciliar.
O MPF (Ministério Público Federal) analisa o inquérito da PF relacionado à Operação Custo Político. Ao final desta análise, o órgão decidirá se denuncia ou não Lobo e mais quatro ex-secretários também investigados no caso: Raul Zaidan (Casa Civil), Wilson Alecrim (Saúde), Pedro Elias (Saúde) e Evandro Melo (Administração).
A Operação Custo Político é um desdobramento da Operação Maus Caminhos, deflagrada em setembro de 2016. A investigação foi realizada pelo MPF, PF, CGU (Controladoria Geral da União) e Receita Federal.
Os investigadores descobriram que pelo menos R$ 112 milhões (R$ 150 milhões em valores atualizados) foram desviados dos cofres do Estado por meio de contratos da Susam com o Instituto Novos Caminhos.
Segundo o MPF, o esquema era orquestrado por Mouhamad. Ele foi denunciado à Justiça em 2016. Atualmente cumpre prisão domiciliar.
Grande reportagem, o povo deveria ler isso, visto que estamos sabendo quem é quem. Fora grupo de amazonino, omar ou eduardo, cujo nome escrevo todos de letra minúscula.