
Do Estadão Conteúdo
BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na abertura da reunião ministerial na manhã desta segunda-feira (20), que “2026 já começou” e que seus adversários políticos “já estão em campanha”.
“2026 já começou, não por nós, que temos que capinar, mas pelos adversários a eleição do ano que vem já começou. Eles já estão em campanha. Nós não podemos antecipar campanha porque temos de trabalhar e entregar ao povo o que ele precisa”, declarou o presidente diante de seus ministros.
Lula afirmou, ainda, que o governo precisa ter a compreensão de que a população trabalhadora atualmente não tem os mesmos desejos que a dos anos 1980, quando o PT foi fundado.
“É importante que a gente compreenda que o povo com que estamos trabalhando hoje não é o povo dos anos 1980, que queria ter emprego em fábrica com carteira assinada. É um povo que está virando empreendedor e precisamos aprender a trabalhar com essa nova formação do povo brasileiro”, afirmou.
O presidente afirmou que o governo seja “exigido”. “Eu jamais reclamarei pelo fato de o povo nos cobrar. Reclamarei se não tivermos capacidade de entregar tudo aquilo que nos comprometemos”, completou.
Cobrança
Lula fez um discurso cheio de cobranças ao primeiro escalão de seu governo. Ele disse que o governo não tem direito de errar, que chamará diversos auxiliares para conversas individuais e mencionou correções a serem feitas neste ano. A fala do petista no início do compromisso foi transmitida pela TV Brasil.
A reunião é realizada com expectativa de implementar a primeira etapa da reforma ministerial aguardada para este ano. Nessa fase, Lula deve trocar ministros de seu grupo político mais próximo cujos desempenhos considera insatisfatórios. Depois, deverá haver mudanças no primeiro escalão visando ao fortalecimento da base do Executivo no Congresso.
“Vamos ver se neste ano de 2025 a gente pode corrigir aquilo que porventura a gente tenha feito de errado ou tenha deixado de fazer, e vamos tentar fazer com muito mais força aquilo que nós ainda não fizemos”, disse o presidente.
“Não temos o direito de errar. É importante que cada um de vocês reflita, porque depois eu vou chamar individualmente muita gente para conversar”, declarou Lula. Ele afirmou que o 2025 vai definir o que o governo realizará até o fim de seu mandato, em 2026. E que a reunião é justamente para definições sobre esses planos. “Esse será um ano de definição na história e na biografia de cada um de vocês”, declarou o chefe do governo.
Lula voltou a afirmar que o governo passou seus primeiros dois anos “arrumando a casa” e que agora não é mais momento de “inventar” novos programas, mas fazer os já anunciados funcionarem. Ele afirmou que é necessário ter certeza de colher tudo o que foi plantado – uma metáfora usada frequentemente pelo presidente – e que isso depende do esforço dos ministros.
“A entrega que nós fizemos para o povo ainda não foi a entrega que nós nos comprometemos a fazer em 2022, porque muitas das coisas que nós plantamos ainda não brotaram”, declarou o petista, cobrando seus auxiliares.
(Reportagem: Gabriel Hirabahasi, Sofia Aguiar e Caio Spechoto)