Pessoas próximas ao governador José Melo (Pros) comemoraram o novo estilo inaugurado por ele nesta terça-feira no programa eleitoral porque sinaliza maior grau de confiança do candidato à reeleição em levar a disputa para o segundo turno. Essas pessoas também comentam que Melo apenas mostrou um modelo modesto de arma de arsenal que guarda para depois do dia 5 de outubro, no caso de Eduardo Braga (PMDB) ampliar os ataques à administração atual. Melo foi secretário de Governo de Braga e, como já externou diversas vezes, sempre sonhou em ser governador, e disse isso ao chefe quando foi convidado para a secretaria. Como secretário, tinha acesso a praticamente tudo o que acontecia no “Palácio da Compensa”, inclusive documentos. Além disso, Melo é casado com Edilene, a ex-secretária particular de Braga durante todo o tempo em que ele permaneceu no governo. Os próximos capítulos dessa disputa, que começou morna e esquentou nesta reta final ainda promete muitas surpresas.
Sonho roubado
Apesar de ainda tentar enfiar goela abaixo de seus leitores e seguidores nas redes sociais a anunciada vitória de Eduardo Braga (PMDB) no primeiro turno na disputa do governo do Estado, longe das câmaras o pesquisador Durango Duarte já jogou a toalha e admite que a eleição será em dois turnos. José Melo (Pros), ajudados pelo crescimento de Marcelo Ramos (PSB), cresceu nos últimos meses e acabou com o sonho de Braga de faturar o cargo no dia 5 de outubro. O desespero de Braga e dos que o apoiam é justificado pela incerteza do resultado nas urnas no dia 26 de outubro, quando o eleitor voltará se manifestar.
Segurança e inteligência
O procurador-geral de Justiça, Francisco Cruz, que aguarda decisão do Conselho Superior do Ministério Público para deixar o cargo e assumir a Secretaria Executiva de Inteligência, a convite do governador José Melo, tem um compromisso de ficar até o fim deste ano. Em três meses, segundo conversa que ele teve com o governador na semana passada, ele pretende traçar um plano para a inteligência preparar projetos de lei para ser apreciado pela Assembleia Legislativa e tentar aprovar. O problema é saber se a divisão da assembleia em função do processo eleitoral permitirá que os planos do novo secretário sejam colocados em prática.
Ordem de cima
A rodada de entrevistas realizada pela TV Amazonas com os candidatos a governador surpreendeu pela dureza das perguntas feitas pelos entrevistadores, bem ao estilo William Bonner e Patrícia Poeta, no Jornal Nacional. O que o telespectador não sabia é que o estilo duro com os convidados foi uma recomendação da direção da TV Globo, de quem a TV Amazonas é afiliada. Esse mesmo estilo foi usado em todos os programas da emissora nacional. Em anos anteriores, os candidatos eram “bem tratados” e saiam das entrevistas sorridentes da TV Amazonas.