Por Saadya Jezine, da Redação
MANAUS – A demora no atendimento no setor infantil do Hospital Delphina Aziz, localizado na zona norte de Manaus, motivaram os responsáveis por pacientes a denunciarem o mal atendimento. Segundo relatos feitos por eles à equipe do AMAZONAS ATUAL, não há médicos suficientes para atenderem a demanda de pacientes, e a demora está fazendo os que procuram por consulta médica, retornarem as suas casas sem consulta atendimento.
Carlos Antonio Monteiro levou seu filho de 2 anos para consulta médica devido a suspeita de dengue, mas conseguiu o atendimento somente depois de duas idas ao local. “Estou desde segunda-feira tentando consultar meu filho. Na primeira vez, esperamos mais de 1h para sermos chamados na triagem, foi quando desistimos. Na segunda vez, vi que a fila estava maior do que na primeira, e retornei para casa. Hoje, quando cheguei ao hospital, pais estavam exaltados e questionando sobre o atendimento, parece que isso deu um pouco mais de agilidade nos procedimentos”, afirmou o autônomo.
Não aconteceu diferente com Andressa Lima, que se deslocou ao hospital mais de uma vez, somente essa semana, para consultar seu filho com suspeita de virose. A assistente social relata que foi na terceira tentativa que conseguiu atendimento. “Além da demora, ainda contamos com a falta de respeito dos médicos. Demoram o atendimento porque ficam toda hora utilizando o celular. A história se repete em vários consultórios”, afirma a mãe.
Segundo relatou a assistente social, outro acontecimento contribuiu para maior indignação por parte dos responsáveis dos pacientes. “Haviam profissionais realizando uma manutenção no teto da recepção. E a medida que eles mexiam no local, poeiras caíam sobre os pacientes”, afirma. A mãe chegou a questionar com a administração do Hospital que a atividade estava piorando o estado de saúde dos pacientes. Segundo o relato dela, o diretor da unidade, Remídio Vizzoto, reconheceu que ela estava certa, pediu desculpas e determinou aos profissionais que suspendessem o serviço no teto da recepção.
A direção do Pronto-Socorro do Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz informou que o atendimento médio diário da unidade registrou, neste mês, aumento de 56% em relação a maio do ano passado, principalmente em decorrência dos casos de infecções respiratórias e outras viroses, associados ao período de maior rigor das chuvas. A direção destaca que, em media, 64% dos pacientes que procuram o pronto-socorro não são casos de urgência e emergência, mas de atenção básica.
O pronto-socorro adota o protocolo de classificação de risco, do Ministério da Saúde, que prioriza o atendimento dos pacientes conforme o grau de gravidade. Mesmo assim, todos os esforços são realizados para atender a todos. Quanto a suposta obra ocorrida na recepção do hospital, a direção informou que o que ocorre no local é uma manutenção corretiva no condicionador de ar.
O Hospital e Pronto Socorro Delphina Aziz é administrado por uma empresa privada. O IMED (Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento) teve o contrato renovado em dezembro de 2015, por 12 meses, pelo valor global de R$ 60,9 milhões. Com esse valor, o hospital deve gerenciar, contratar mão de obra e executar ações e serviços de saúde na unidade.