A eleição de Wilker Barreto (PHS) para mais um mandato como presidente da Câmara Municipal de Manaus, na noite de domingo, 1° de janeiro, era previsível. O que não se esperava era um placar tão elástico e o mesmo número de votos para todos os membros da Mesa Diretora. A votação sinaliza para um parlamento pouco plural e ainda mais subserviente do que nas legislaturas passadas.
A votação para “eleger” o presidente, vice-presidentes, secretário-geral e secretários foi apenas uma formalidade, serviu pra cumprir o rito, como manda o regimento interno. Tudo fora acertado antecipadamente. Os candidatos, com exceção do presidente, não tiveram sequer concorrentes, porque os nomes foram discutidos nos bastidores.
Para a presidência, Wilker Barreto disputou com o vereador Chico Preto (PMN) e com a vereadora Joana D’Arc Protetora (PR). Chico teve apenas dois votos: o dele e o do companheiro de partido Willian Abreu. Joana, apenas o próprio voto.
Dos 41 vereadores, 38 votaram em Wilker Barreto, o candidato que recebeu as bênçãos do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB). Esse mesmo número foi repetido para todos os membros da mesa que se “elegeram” sem concorrência.
Dois vereadores do PR, o partido dirigido por Marcelo Ramos, que disputou a Prefeitura de Manaus no segundo turno com Arthur, também votaram em Wilker e nos candidatos pré-definidos. Um deles, Fred Mota (PR), também compôs a Mesa Diretora, como terceiro vice-presidente.
Vereadores que se reelegeram e que compuseram com Marcelo Ramos no primeiro ou no segundo turno e que ensaiavam oposição na Casa legislativa nos últimos dias do mandato passado, também se mostraram bem no grupo que venceu a disputa interna. Mudaram depois de o partido conseguir um lugar à Mesa.
O que ficou demonstrado é que a Câmara Municipal de Manaus terá três vereadores na oposição: Chico Preto, Joana D’Arc e Willian Abreu. O número é semelhante ao da oposição na legislatura passada, quando o prefeito tinha apenas os três vereadores do PT contrariando os interesses do grupo no poder.
Triste para o parlamento; mais triste, ainda, para a cidade de Manaus.
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