Da Redação
MANAUS – A Seaop (Secretaria Executiva Adjunta de Operações), vinculada à SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas), deu início à Operação Bertillon, na manhã desta quinta-feira, 25, em Manaus, para descobrir envolvidos em série de assassinatos classificada pela polícia como ‘Tribunal do Crime’. A investigação começou em área de mata nativa no bairro da União, na zona centro-sul da capital, no local conhecido como Buritizal, onde a polícia já desmontou um observatório utilizado por traficantes e encontrou corpos enterrados.
Nesta quinta foram encontradas uma ossada humana e tufos de cabelos que podem ser de corpos encontrados no local ou de novas vítimas. Os policiais também localizaram objetos que, possivelmente, seriam utilizados em ações criminosas. Todo o material foi colhido e armazenado por peritos do Departamento de Polícia Técnico Científica (DPTC) para análise.
O secretário executivo adjunto de Operações Seaop, Guilherme Torres, disse que o objetivo é extrair vestígios de homicídios que aconteceram no local para, posteriormente, identificar e prender os responsáveis pelos crimes. “Executamos a operação no sentido de isolar a área de modo a colher todo tipo de prova disponíveis e assim chegarmos aos autores e municiar o Ministério Público de autoria e materialidade”, disse. Também foram encontradas roupas rasgadas.
A perita criminal Laura Bernardes disse que a perícia busca vestígios que possam ter impressões digitais e material biológico para possível identificação de autoria do crime. “O DNA é muito importante porque a gente consegue ver muito material que, a olho nu, você não consegue. Inclusive, poderemos identificar vítimas que a gente nem sabe que estão desaparecidas porque não tem boletim de ocorrência”, disse.
De setembro até o dia 23 de outubro, a polícia já encontrou dois corpos de mulheres na área do Buritizal. Eles estavam em covas rasas. Na área, os policiais também identificaram outras covas preparadas, trilhas que seriam usadas como rotas de fuga e um casebre que era utilizado pelos criminosos para monitorar a chegada da polícia.
O nome da operação é em referência a Alphonse Bertillon, francês que fundou o primeiro laboratório de identificação criminal, em 1870, baseada nas medidas do corpo humano. Ele criou a antropometria judicial, conhecida como sistema Bertillon, de identificação adotado na Europa e nos Estados Unidos.