O presidente do PT-AM, Valdemir Santana, disse ter recebido telefonema de Omar, que falou sobre o assunto
MANAUS – O ex-governador e candidato ao Senado pela coligação “Fazendo Mais por Nossa Gente”, Omar Aziz (PSD), ligou no início da noite deste sábado ao presidente do PT no Amazonas, Valdemir Santana, para dizer que não aceita a intervenção da Executiva Nacional petista para impedir a candidatura do deputado federal Francisco Praciano ao Senado. De acordo com Santana, Omar disse que é um democrata e que quer ir para a disputa nas urnas com o candidato do PT. “Ele me disse que não tem problema de o Praciano ser candidato ao Senado e que vai para a disputa com ele, sem problema”.
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A Valdemir Santana, Omar disse que ligou para o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Aloizio Mercadante, para pedir que o PT nacional não faça intervenção no Amazonas. A articulação para que o PT se mobilizasse para barrar a candidatura do partido ao Senado no Amazonas foi feito pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Um documento de Kassab chegou à Executiva Nacional do PT condicionando o apoio à presidente Dilma Rousseff à desistência do partido da disputa ao Senado no Amazonas. O PSD avaliava como uma ameaça à eleição de Omar Aziz a candidatura de Praciano.
No dia seguinte ao anúncio oficial de que Praciano seria candidato, o PT divulgou, no seu site, no dia 27 de junho, uma resolução na qual dizia: “Amazonas: Manter o apoio à candidatura do senador Eduardo Braga (PMDB) e determinar que o PT não indicará candidato ao Senado. Determinar ao deputado Praciano que não aceite a indicação para o Senado.”
Na última sexta-feira, uma advogada da Executiva Nacional do PT ingressou com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas pedindo que a Justiça Eleitoral não aceite o registro de candidatura de Praciano. A assessoria jurídica do PT argumenta que em março deste ano o partido editou uma resolução na qual determina que as decisões sobre coligações nos Estados seria da Executiva Nacional.
Para Valdemir Santana, a intervenção na candidatura de Praciano é injustificada, porque o partido havia decidido, com a participação do presidente nacional do PT, Rui Falcão, apoiar a candidatura de Eduardo Braga (PMDB), depois de negociações com Omar Aziz, que foram descartadas a pedido da direção nacional. “O Omar nos ofereceu a vaga de vice-governador na chapa de José Melo, mas a orientação nacional do PT foi para que nós apoiássemos a candidatura de Eduardo Braga. E na presença do presidente Rui Falcão, nós dissemos que queríamos participar das eleições com uma candidatura majoritária”, lembrou Santana.
O presidente do PT disse que Omar pediu que ele transmitisse a informação de que não quer a intervenção no PT. “Eu não consegui falar com o ministro Mercadante, mas não tenho por que duvidar da palavra de um ex-governador”, afirmou Santana.
A reportagem do ATUAL tentou contato com o ex-governador Omar Aziz, mas não conseguiu falar com ele. A assessoria do candidato não atendeu às ligações.
Sobre a ação do PT na Justiça Eleitoral, Santana disse que só a assessoria jurídica da Executiva Nacional pode retirá-la.