O vice-governador José Melo tem uma única carta no complicado jogo da sucessão estadual de 2014: ou assume o governo com a saída de Omar Aziz e aí pode ser no governo candidato a governador, ou nada feito.
Bem, o diabo é que ninguém, com exceção do próprio, acredita na candidatura de Melo. O Eduardo Braga, quando lhe falam a respeito, dá sonoras gargalhadas. Amazonino, no fundo, o detesta. Entende que Melo não é confiável, já negou seus aliados mais do que três vezes, mais do que Pedro negou Cristo. Ele próprio, Amazonino, que o retirou do cargo medíocre de representante do Ministério da Educação no Amazonas, para fazê-lo secretário de seu governo, e Braga, de quem foi vice até bem pouco tempo e a quem enchia de imoderados elogios, exatamente como faz agora com Omar. Amazonino apenas o recebeu como parte de um processo no qual se vê como alternativa final para disputar o governo, diante do impasse que haveria em torno dos demais nomes em disputa, oriundos de seu grupo político, como crias suas.
Arthur Neto, o único estranho no ninho de origem, vê José Melo como um poste, um gigantesco poste, que não arredará pé do lugar. Portanto, impossível de carregar. Trata-se de uma conclusão inapelável e Omar sabe disso mais do que ninguém. Basta ler as pesquisas de opinião. Assim, o tucano ainda acredita em seu nome como solução final para o confronto com Braga, que ninguém sabe se lá na ponta realmente ocorrerá, considerando os óbices naturais e incontornáveis postos à sua frente.
Quem sobrará no frigir dos ovos? Façam suas apostas.