EDITORIAL
MANAUS – Reportagem publicada neste domingo, 7, no ATUAL, dá conta de que no Estado do Amazonas, das 421.255 doses de vacina contra Covid-19 reservadas para a primeira etapa de imunização dos grupos prioritários no Amazonas, 128.218 – 30% – não foram aplicadas até o sábado, 7.
Considerando que o município de Manaus recebeu 271.752 e aplicou, até o momento, 200.226, ainda restam 71.526 doses a serem aplicadas.
Esses números cobram explicações das autoridades de saúde do Amazonas. Uma delas diz respeito ao número de estimado de pessoas por faixa etária ou por profissão (no caso dos profissionais de saúde). Os números não estariam superestimados?
Por que até hoje, quase dois meses depois do início da vacinação, a primeira dose do imunizante ainda não alcançou todos os profissionais de saúde? Onde estão os profissionais não imunizados?
No caso dos povos indígenas, em que pese a dificuldade de acesso às comunidades isoladas, por que apenas 60,5% das 100.642 doses foram aplicadas? Ainda há, mesmo, 40 mil indígenas à espera da primeira dose? Por que o imunizante ainda não chegou a eles?
Em Manaus, os números mostram que 17.171 doses de vacina não foram aplicadas em idosos com idade a partir de 65 anos.
Na semana em que a Prefeitura de Manaus começou a vacinar os idosos entre 65 e 69 anos, sobraram 9.360 doses, que deveriam ser aplicadas até o último sábado. Por que sobraram?
Os idosos de 80 anos e mais são 20.259, segundo as estimativas da autoridades de saúde, mas apenas 18.715 doses foram aplicadas. Há 1.544 ainda não utilizadas.
E para os idosos entre 70 e 79 anos foram reservadas 49.724 doses de imunizante, mas 6.267 deixaram de ser aplicadas.
Enquanto isso, os idosos de 60 a 64 anos aguardam ansiosos a vez de entrar na fila para receber a primeira dose.
Manaus recebeu 24.139 doses para essa faixa etária, mas ainda não definiu quando começa a vacinar. Mas é preciso lembrar que essas doses são suficientes apenas para a primeira dose em 35,7% do grupo.
Quem pode explicar tudo isso? O que está sendo feito com as vacinas represadas?