Da Redação
MANAUS – Um total de 64 professores das redes públicas estadual e municipal morreram vítimas da Covid-19 no Amazonas de janeiro até esta quarta-feira, 3, afirmou ao ATUAL a presidente do Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas), Ana Cristina Rodrigues.
O número é resultado de levantamento feito pelo próprio Sinteam junto aos familiares. Segundo Ana Cristina, dos 64 docentes que morreram, 20 eram de municípios do interior do Estado e 44, da capital.
No site da Seduc (Secretaria de Educação do Amazonas) há notas de pesar emitidas para professores nesse período. Mas não é identificada a causa da morte. Segundo Ana Cristina, a maioria foi pelo novo coronavírus.
“A maioria é Covid mesmo, porque nós entramos em contato com as famílias dos professores e alguns são até nossos associados”, afirma.
A Semed-Manaus (Secretaria Municipal de Educação) informou, em resposta ao ATUAL, que de 1° de janeiro deste ano até esta sexta-feira, 5, foram registrados 33 mortes de servidores da rede municipal de ensino em decorrência da Covid-19.
A Seduc informou que pedirá um levantamento do número de professores mortos por complicações de Covid-19.
Aulas remotas
Em nota, o Sinteam informa que nesta sexta-feira, 5, enviou ofício pedindo reunião com Governo do Estado, Prefeitura de Manaus, Secretarias Estadual e Municipal de Educação e Conselho Estadual de Educação para tratar sobre a volta às aulas remotas. O sindicato alega abalo psicológico sofrido pelos trabalhadores e o cenário vivido nas aulas à distância ano passado.
Sobre a volta às aulas, a Semed informou que todo trabalho será focado na segurança de alunos, professores e familiares, e reforça que a volta das atividades nas unidades de ensino só deve acontecer quando a pandemia em Manaus estiver controlada, com um número menor de infectados.
A Semed também informa que está sempre aberta ao diálogo e pronta para ouvir a opinião dos sindicatos e dos profissionais da educação.
Sugestões
O Sinteam lista uma série de sugestões para serem avaliadas pelo Poder Executivo, entre elas o apoio financeiro para aquisição de recursos tecnológicos (telefones, chips de celular ou plano de internet) aos professores, pedagogos e a todos envolvidos diretamente nas aulas em casa.
“Soubemos pela imprensa sobre a provável data das aulas remotas. Mas precisamos ver o que podemos melhorar para amenizar o prejuízo pedagógico. Por isso, fizemos as sugestões. Enviamos pedido de reunião no início do ano e até hoje não tivemos resposta”, disse Ana Cristina.
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O Sinteam também solicita cumprimento do horário de trabalho. Na nota, o sindicato informa que no ano passado professores trabalhavam no atendimento de alunos, pais e em reuniões da escola fora do horário de expediente normal, inclusive aos finais de semana.
A categoria solicita ainda o envio prévio pelos Correios das apostilas do Guia de Estudo para estudantes, mais um planejamento de estudo individual a ser elaborado para amenizar as dificuldades dos profissionais e estudantes, principalmente no interior do Estado, onde há mais dificuldade de acesso aos canais da TV Aberta do programa ‘Aula em Casa’, bem como internet.