Da Redação
MANAUS – Mais de 505 mil pessoas se encontravam na extrema pobreza no Amazonas em 2020, vivendo com menos de R$ 155 por mês. Os números são da Síntese de Indicadores Sociais, divulgados nesta sexta-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em situação de pobreza, com renda abaixo de R$ 450, são 44,5% da população do estado – em números absolutos, 1,79 milhões de pessoas.
A parcela da população em extrema pobreza atinge 12,5%, o segundo pior índice entre os 26 estados do Brasil e o Distrito Federal. O Maranhão, com 14,4% de sua população na extrema pobreza, tem o mais alto percentual do país.
Pela primeira vez na série de pesquisas, que começou em 2012, o IBGE avaliou o impacto dos programas sociais na incidência de pobreza e extrema pobreza no país. Em um cenário hipotético, sem o pagamento de benefícios, de 2012 a 2019, a proporção de pessoas nessas condições estaria num patamar pior.
O estudo conclui que sem o pagamento de benefícios, 56,6% da população do Amazonas estaria em situação de pobreza, e 26,1% em situação de extrema pobreza, em 2020.
A análise do índice Gini, um importante indicador da desigualdade no mundo, aponta que o Brasil permanece como um dos países mais desiguais quando se trata da distribuição de renda entre seus habitantes.
Apesar de ter melhorado com relação aos estudos anterioremente divulgados, o Amazonas é o segundo do ranking com maiores índices Gini, ou seja, o número indica maior desigualdade da população, superado apenas pelos indicativos pesquisados no Distrito Federal.
Os ganhos médios da população preta ou parda evidenciam desigualdade racial na distribuição de renda. O rendimento domiciliar per capita médio da população preta ou parda no Amazonas em 2020, foi de somente 43,8% do rendimento alcançado pela população branca. Esse valor foi, em 2020, de R$ 629 para a população preta e parda e R$ 1.437 para a branca.