![cota do rio negro](https://amazonasatual.com.br/wp-content/uploads/2024/12/cota-do-rio-negro.jpg)
Do ATUAL
MANAUS – A seca dos rios no Amazonas foi longa e a cheia é lenta. Mesmo com chuvas, a elevação no nível da água ocorre abaixo da faixa de normalidade, segundo o SGB (Serviço Geológico do Brasil), que monitora a profundidade dos rios no Estado.
Na terça-feira (3), o Rio Negro atingiu a cota de 14,48 na orla de Manaus. O nível do rio subiu 3 cm por dia, em média, na semana passada. Em outros trechos da Bacia do Rio Amazonas também foi registrada a subida da água. No Solimões, foi de 30 cm, em média, por dia na estação de Tabatinga (AM). A cota chegou a 4,09 m. Em Fonte Boa (AM), as variações diárias são de 6 cm e a marca atual é de 11,10 m. Na capital Porto Velho (RO), o Rio Madeira atingiu 5,67 m.
“O ritmo de subida dos rios é regular, ou seja, está dentro do esperado. Mas as cotas ainda estão baixas como consequência da seca extrema, pois o pico ocorreu há pouco tempo”, disse o pesquisador Andre Martinelli, gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Manaus.
Neste ano, foram registradas mínimas históricas em vários pontos da região amazônica. Em Manaus, o Negro chegou a 12,11 m em novembro. Essa foi a cota mais baixa dos últimos 122 anos. No Rio Madeira, os níveis estavam tão baixos que o SGB precisou instalar uma nova régua para medir a cota, que ficou abaixo de 1 m pela primeira vez, desde 1967. A capital registrou em outubro 19 cm.
A tendência é que os níveis continuem subindo nos próximos dias. É possível acompanhar as cotas em tempo real na plataforma SACE e nos boletins de monitoramento hidrológico divulgados semanalmente pelo SGB. As cotas são definidas com base em medições históricas e considerações locais. Por isso, não seguem o mesmo padrão em todos os rios.
O monitoramento dos rios é feito a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas.
As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas na plataforma SACE.