Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O secretário municipal de Articulação Política, Luiz Alberto Carijó, afirmou que desconhece qualquer ordenamento do prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB) para que o policial militar Elizeu da Paz fosse à casa de Alejandro Valeiko na noite do dia 29 de setembro, quando o engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos, 42, foi visto pela última vez antes de ser assassinado. Segundo Carijó, duas comissões de sindicância foram abertas para apurar a suposta participação de Elizeu e o uso indevido de viatura da Casa Militar.
A declaração de Carijó ocorreu em sessão plenária da CMM (Câmara Municipal de Manaus) na manhã desta quarta-feira, 9, e teve a presença do procurador-geral do Município Rafael Albuquerque de Oliveira. O secretário e o procurador foram convidados nessa terça-feira, 8, pelo Conselho de Líderes da CMM para “esclarecer suposto uso indevido da estrutura da prefeitura” no Caso Flávio.
“Não houve nenhuma orientação superior, orientação do prefeito ou de quem quer que seja. Eu desconheço. Até porque no dia desse evento o prefeito estava em um procedimento lá no Hospital Adventista. Estava, inclusive, sedado. Então, era impossível ter ciência dos fatos que ocorreram na tarde e na noite de domingo. (…) Tenho certeza absoluta que nenhuma ordem partiu do prefeito”, afirmou Carijó.
Ao responder o questionamento do vereador Chico Preto de suposta chamada de servidores da Casa Militar antes da Polícia Civil, Luiz Alberto Carijó disse que se tratava se “ilação e suposição” do parlamentar. “É um questionamento que tem um predisposto que não é verdadeiro. A segurança (de chefe do Poder Executivo) em todo o Brasil é intermitente”, disse o secretário.
Conforme Carijó, a segurança da Casa Militar “funciona no momento que for necessário e pela própria iniciativa do policial”. “Funciona por ronda, turno, demanda ou pelo mote do próprio segurança de checar. Faz parte do trabalho de polícia. (…) A qualquer momento o segurança pode sim, de mote próprio, ir lá, se ele achar que for necessário, para manter a segurança”, afirmou.
Luiz Alberto Carijó afirmou que Walter Nascimento, também servidor da Casa Militar, acompanhou Alejandro Valeiko em viagem ao Rio de Janeiro após o assassinato de Flávio Rodrigues porque é a “pessoa de mais estrita confiança do prefeito” e “se dispôs a acompanhar uma pessoa que estava sofrendo naquele momento”. “Ele é o acompanhante mor do prefeito, o homem da estrita ligação interna do prefeito, da residência com a instituição (…) Ele se dispôs, também por mote próprio, em acompanhar (Alejandro)”, disse Carijó.
De acordo com o secretário, a prefeitura não pagou passagens aéreas e nem diárias aos seguranças que acompanharam Alejandro Valeiko em viagem ao Rio de Janeiro no dia 30 de setembro. Entretanto, a prefeitura decidiu abrir Comissão de Sindicância para apurar o suposto uso indevido da viatura e do policial militar Elizeu da Paz no dia do assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues.
Comissão de Sindicância
De acordo com o procurador-geral Rafael Albuquerque, a Comissão de Sindicância tem prazo de 30 dias que podem ser prorrogados por mais 15. Durante fase de apuração, a comissão poderá afastar Elizeu da Paz e, na fase de finalização, demitir o policial militar impedindo ele de assumir cargo similar da estrutura do município.
“Tem que terminar o inquérito policial para que haja os indícios dos ilícitos e das infrações. Tendo os ilícitos e as infrações a comissão de inquérito vai ter subsídios necessários para fazer o enquadramento legal dentro do aspecto administrativo. No máximo serão 45 dias corridos”, afirmou Luiz Alberto Carijó.
Entenda o caso
O corpo do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos foi encontrado na manhã do dia 30 de setembro, em um terreno no bairro Tarumã, zona oeste de Manaus, horas depois de estar em um condomínio no bairro Ponta Negra, na casa de Alejandro Valeiko.
No dia 4 de setembro, a Polícia Civil prendeu Mayc Vinicius Parede, 37, Elizeu da Paz de Souza, 37, José Edvandro Martins de Souza Junior, 31, Elielton Magno de Menezes Gomes Junior, 22, e Vitorio Del Gatto. Segundo a Polícia Civil, eles são suspeitos de envolvimento no assassinato de Flávio Rodrigues.
Alejandro Valeiko teve prisão decretada no dia 3 de setembro, mas só se apresentou à Polícia Civil na segunda-feira, 7. Ele está cumprindo a prisão temporária no 19° DIP (Distrito Integrado de Polícia), no bairro Ponta Negra, zona oeste de Manaus, desde terça-feira, 8.
Esse Arthur que me desculpe, mais os Amazonenses estão torcendo para não ser mais nada aqui no Amazonas. Quem defende bandido, bandido é.
Como a polícia prendeu em 4 de setembro e o crime ocorreu no dia 30 ???