O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, se irritou no encontro do partido em Manaus, nesta segunda-feira, 26, no Novotel, e disparou contra o atual presidente estadual da sigla, Stone Machado, e o secretário-geral, deputado Dermilson Chagas. “Não estou aqui para ser babá de homem velho”, afirmou Lupi, num discurso em tom elevado.
Ele se mostrou insatisfeito com a briga pela direção do partido no Estado e disse que já fez de um tudo para tentar resolver o problema, mas não conseguiu. “Deus é testemunha do quanto eu tento arrumar. Teve um período, foi curto, botamos o Dermilson, deixamos o Stone para secretário, pra ver se ajeitava. Não deu certo. Inverti: botei o Stone como presidente e o Dermilson como secretário. Não está dando certo. E toda vez que eu venho aqui é alfinetada de um lado. Parecem aqueles cachorros que ficam doidos pra morder a gente. E eu não tô aqui pra ser babá de homem velho”, disse Lupi.
Lupi afirmou que o lado do partido é o lado do trabalhador e disse que as questões pessoais tem que ser resolvidas de forma a não prejudicar a legenda. “Ou a gente assume a responsabilidade de ter esse partido grande, ou nós vamos brigando contra a nossa própria biografia”. Segundo ele, o partido tem que ser um instrumento de transformação, senão é melhor criar um clube de amigos. “De um lado os amigos meus, de outro os amigos do [incompreensível na gravação] e os dois se digladiando pra ver quem morre primeiro. É isso a política? Vale a pena isso? É sério?”.
No discurso, Lupi disse que em conversa com Stone Machado, avisou que não queria ir à reunião para ouvir xingamentos. “Eu não quero ir pra reunião pra um dizer que é mais bonito ou que é mais feio. Tô fora. Porque pra mim é mais cômodo; eu fico lá em Brasília”.
Lupi também repreendeu o vereador Francisco da Jornada, líder do PDT na Câmara Municipal de Manaus, que reclamou de Gilmar Nascimento (presidente municipal da sigla) ter reformulado a executiva municipal sem consultá-lo. “Você, Jornada, já é membro nato da executiva municipal porque isso é estatutário. Você não precisa pedir licença de ninguém”. Segundo o presidente nacional se Gilmar falhou ao não tê-lo comunicado, Jornada não precisa nem do presidente estadual nem do nacional para assumir um assento na executiva, por ser líder do partido na Câmara Municipal. “Se errou, isso não pode ser motivo pra gente terminar uma relação de amizade e companheirismo”, disse.
Até o fechamento da matéria não havia decisão a respeito da querela em torno da direção estadual do partido.