Do ATUAL
MANAUS — O 2º Relatório de Transparência Salarial, elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego e o das Mulheres, revela disparidade no Amazonas: as mulheres recebem, em média, 20,5% a menos do que os homens. Enquanto a remuneração média dos homens no estado é de R$ 3.471,51, as mulheres recebem R$ 2.759,03.
Apresentado no dia 18 de setembro, o relatório reúne dados de 762 empresas do Amazonas que empregam, juntas, 255,2 mil trabalhadores. Em comparação ao primeiro relatório, divulgado em março, a diferença salarial entre gêneros aumentou passando de 19,3% para 20,5%. No primeiro ciclo, 736 empresas haviam fornecido informações sobre 247 mil trabalhadores.
A desigualdade salarial se agrava em determinados setores: em cargos de dirigentes e gerentes, a diferença atinge 36,3%.
Raça
O relatório registra 71 mil mulheres negras nas empresas. As não negras são 16,8 mil. Entretanto, a remuneração média das mulheres negras é de R$ 2.650,10, enquanto as mulheres não negras ganham R$ 3.214,52.
Em termos de políticas de inclusão, 55,2% das empresas no estado possuem planos de cargos e salários. Além disso, 33,9% implementam políticas de incentivo à contratação de mulheres, 26,9% promovem incentivos específicos para a contratação de mulheres negras e 22,4% adotam políticas voltadas para a inclusão de LGBTQIAP+.
O relatório também inclui políticas efetivas nas empresas que incentivam a entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres, como a flexibilização do regime de trabalho para apoiar a parentalidade.
Nacional
No Brasil, as mulheres ganham 20,7% a menos do que os homens. Responderam à pesquisa 50.692 empresas — quase 100% do universo de companhias com 100 ou mais funcionários. A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia conforme o grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 27%.
No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 2.745,76, a da não negra é de R$ 4.249,71, diferença de 54,7%.
Estados
O estado do Ceará tem a menor desigualdade salarial entre homens e mulheres: elas recebem 9,65% a menos do que eles, em um universo de 1.460 empresas, que totalizam 561.878 trabalhadores e trabalhadoras. A remuneração média é de R$ 2.799,53.
Ainda com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres aparecem Acre e Pernambuco, com elas recebendo 9,69% e 9,93% menos do que os homens, respectivamente. No Acre, a remuneração média é de 2.217,34. Em Pernambuco, é de R$ 2.859,04.
A maior desigualdade salarial no Brasil ocorre no Espírito Santo, onde as mulheres recebem 29,25% menos do que os homens. São Paulo é o estado com maior número de empresas participantes, um total de 16.898, e maior diversidade de situações. As mulheres recebem 21,62% a menos do que os homens. A remuneração média é de R$ 4.992.