Do ATUAL
MANAUS- Com datas antecipadas em 2024, as escolas de samba do grupo especial de Manaus passaram pelo Sambódromo, no bairro Flores, zona Centro-Sul de Manaus, neste sábado (3) e na madrugada deste domingo (4). A proposta de antecipação, no entanto, não teve o efeito esperado, e as escolas desfilaram com arquibancadas vazias.
A Liesa-AM (Liga Independente das Escolas de Samba do Amazonas) reivindicou que o desfile ocorresse uma semana antes do sábado gordo de Carnaval para atrair mais público, mas o resultado se manteve como nos últimos anos: arquibancadas e mesas vazias.
O desfile começou com as arquibancadas praticamente vazias. Nem o espaço reservado para a torcida da Escolas de Samba Unidos do Alvorada, a primeira a desfilar, ficou lotado. Faixas de pano foram estendidas, mas embaixo delas, os lugares estavam vazios.
Em seguida, desfilaram Andanças de Cigano e Vila da Barra. Como as escolas não tem um público fiel, nenhum setor de arquibancadas estava lotado.
No desfile de Manaus, historicamente, cada escola de samba tem pelo menos um setor das arquibancadas para sua torcida. Muitos torcedores só comparecem ao sambódromo pouco antes do horário do desfile de sua escola.
Foi o que fez a torcida da Reino Unido da Liberdade, a quarta escola a desfilar, entre meia noite e 1h10. Durante o desfile da escola da zona sul, o sambódromo teve o seu melhor público, mas apenas dois setores de arquibancadas ocupadas pela torcida verde e dourada ficaram lotados.
A intenção da Liesa era exatamente o contrário: atrair mais público, que vinha caindo ano a ano. Segundo a Liga, as datas dos desfiles em Manaus competiam com os desfiles do eixo Sudeste, como Rio de Janeiro e São Paulo. A justificativa é de que muitas vezes os amazonense preferiam viajar para outros estados ou até mesmo assistir pela televisão a prestigiar o Carnaval no sambódromo.
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Com 8 escolas passando pelo Sambódromo, os desfiles começaram por volta das 20h neste sábado e se estenderam até ao amanhecer, próximo das 7h. Em sua maioria, apenas as arquibancadas com as torcidas que ficavam completamente lotadas. A entrada no sambódromo é gratuita.
Os locais pagos, com maior conforto e privilégio para assistir aos desfiles também não atraíram o público. O setor de mesas, próximo às arquibancadas que formam a “ferradura”, ficou esvaziado durante todo a noite. Neste ano, uma mesa custava R$ 500. O camarote para 25 pessoas chegou a R$ 4 mil.
Dificuldade de acesso ao desfile
Nas redes sociais, o público não se agradou com a justificativa para mudança de datas. “Deveriam ao menos colocar ônibus 24h pra incentivar a presença do público. E também não patrocinar nenhum tipo de evento nos dias de desfile”, disse um internauta.
A fala faz referência as datas das tradicionais bandas da Bica e Difusora, que também foram realizadas neste sábado. “Aí cai disputar com a Bica e a Difusora. Vai continuar não dando gente no sambódromo”, completou outro internauta.
“Tem que melhorar o acesso a estacionamentos para o público”, foi o comentário de um seguidor do ATUAL nas redes sociais. Outro ponto que muitos reclamam é sobre o estacionamento no local. Muitos cidadãos deixam de prestigiar a festividade exatamente pelo difícil acesso a estacionamento ou o preço pago aos “flanelinhas”, chegando a custar até R$ 50 para deixar o veículo estacionado nas proximidades.