Da Redação
MANAUS – O MP-AM (Ministério Público do Amazonas) denunciou o vereador de Manacapuru (a 70 quilômetros de Manaus) Gerson D’Angelo (Republicanos), primo do prefeito do município, Beto D’Angelo (Republicanos), pela prática dos crimes de difamação, ameaça, desacato e infração de medida sanitária preventiva.
De acordo com o MP, os crimes foram cometidos no dia 25 de maio deste ano nas dependências da Escola Municipal Zoraida Ribeiro Alexandre, onde a Câmara Municipal de Manacapuru estava funcionando provisoriamente em razão da enchente.
Por volta das 7h30min, ao ser informado sobre a obrigatoriedade do uso de máscara dentro da escola, o vereador se negou a cumprir a medida de segurança sanitária, passando a injuriar e desacatar o diretor da escola, Jackson Azevedo de Souza, o vigia Elones Moreira da Silva, e a auxiliar administrativa Mikaela Amorim Lima, de quem Gerson chegou a tomar, por breve espaço de tempo, o aparelho de telefone celular.
O Ministério Público começou a investigar o caso no dia 27 ao tomar ciência das ameaças que o diretor e funcionários que testemunharam os fatos estariam sofrendo.
De acordo com o MP, valendo-se da condição de primo do atual prefeito de Manacapuru, Betanel D’Angelo, o vereador cumpriu a promessa de exonerar da direção da escola o gestor Jackson Azevedo de Souza. A vítima foi reconduzida ao cargo mediante determinação judicial. O vigia e a auxiliar também foram transferidos para outro estabelecimento de ensino.
Na ação, o Ministério Público pediu que, após o recebimento e autuação da denúncia, o vereador seja notificado para apresentar, por escrito, de resposta à acusação, bem como designação de dia e hora para audiência de instrução e julgamento e oitiva dos ofendidos, conforme determinações do CPP (Código de Processo Penal).
Os delitos tipificados em função da conduta do vereador permanecem sob investigação, com vista a representação por eventual quebra de decoro parlamentar, além de possível conduta de improbidade administrativa. Até o oferecimento da denúncia, nenhuma apuração quanto à conduta do denunciado havia sido iniciada na Câmara Municipal.