Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Mouhamad Moustafá, o médico da Maus Caminhos, disse que “chegou ao limite do insuportável” a situação da alimentação dele no CDPM (Centro de Detenção Provisória Masculino), onde está preso desde dezembro de 2018. Segundo o médico, no presídio, ele perdeu aproximadamente 60 quilos e, no último mês, está sobrevivendo “literalmente de pão e água”.
Em depoimento à juíza federal Ana Paula Serizawa, Mouhamad narrou “episódio extremamente desagradável” que ocorreu na última terça-feira, 3, quando tomava banho para ir ao interrogatório. Ele disse que teve que receber, sem roupas e em frente às câmeras, na portaria do presídio, uma marmita “para comprovar que a dieta estava sendo entregue” a ele.
“Hoje foi extremamente agressivo e desagradável. Eu me senti totalmente coagido, tenho testemunhas disso, todos os presos do pavilhão viram”, disse.
O médico afirmou que jamais disse que no presídio não o davam alimentação, mas que não consegue comer a dieta que é ofertada a ele. “Todas as alimentações dentro dos horários ofertadas aos demais presos também são ofertadas a mim. O que foi colocado (…) é que eu poderia receber alimentação externa”, afirmou.
Mouhamad disse que não se adaptou à comida do presídio e que se continuar a insistir corre o risco de ter esofagite de refluxo e câncer de esôfago, “que é uma doença altamente mortal”. “Eu tentei os dois únicos tipos de dietas que tem lá no presídio, que é a dieta normal e para o doente. Eu não consegui me adaptar, eu vomitei várias vezes”, disse o médico.
Ainda de acordo com Mouhamad, há pouco mais de um mês o CDPM não está autorizando a entrada de alimentação externa, e nesses 30 dias ele perdeu 10 kg. “Eu fico somente com os pães que dão de manhã e na merenda da tarde quando vem algo que eu como, porque, às vezes, vem pão com goiabada, que, pela diabete, eu não como, e dispenso”, afirmou.
O médico disse que antes da portaria que suspendeu a entrada de alimentação externa, ele se alimentava de comida que era levada pela família. “Podia entrar dois quilos de comida e oito pães, e com isso eu ia me mantendo durante a semana porque o pão já não era o pão com manteiga que servem lá. Minha família levava com algum complemento, frutas, e, com isso, eu ia mantendo a semana (…). Desde o ingresso lá eu perdi já próximo a 60 quilos de peso”, disse.
Ao final do depoimento, Mouhamad afirmou que não vai mais aceitar as marmitas do presídio e prometeu recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso haja retaliação por conta da denúncia. “Qualquer retaliação que aconteça em relação a eu estar repassando o episódio eu vou recorrer nem que seja ao Supremo Tribunal Federal, mas eu não vou aceitar isso porque não pode acontecer nem comigo e nem com nenhum preso”.
Em nota, a Seap informou que as câmeras de segurança registram imagens das áreas comuns das unidades prisionais e não alcançam o interior das celas. No dia do suposto episódio, Mouhamad recebeu alimentação “em condições normais”. A Seap também informou que a entrada de comida externa nos presídios está proibida desde julho.
Assista ao trecho do depoimento de Mouhamad:
Agora pergunta pra ele como fica minha irmã que trabalhou na empresa deste marca e ta tentando receber na justiça. Que nem marmita de presídio tem pra ela comer? Pois esta desgraçado e a corja dele nao paga. Fdp
Verdade , situação deprimente é a dos trabalhadores que não receberam salário, maldade e falcatruas desses monstros. Esse agora achando ser coitadinho enganava mulheres e investia em grupos sertanejos. Tem que devolver o que roubou é ir trabalhar nos confins da floresta, pagar por tudo o que fez. A casa do Efigênio Sales ainda é dele???? Deveria perder tudo epagar dívidas da empresa.