Do Estadão Conteúdo
BRASÍLIA – Morreu nessa quinta-feira, dia 20, em São Paulo, o ex-assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais e ex-presidente do PT, Marco Aurélio Garcia. Um dos principais formuladores da política externa durante a gestão Dilma Rousseff, Garcia tinha 76 anos e foi vítima de um ataque cardíaco fulminante. O ex-assessor era professor aposentado do Departamento de História das Universidade de Campinas (Unicamp).
O dirigente do PT Valter Pomar foi um dos primeiros a homenagear Garcia nas redes sociais. Lembrou que ele foi exilado na França e no Chile durante a ditadura militar, foi vereador em Porto Alegre pelo PCB e militante do movimento estudantil. “Divertido, culto, ateu irredutível, alguém que não tinha vergonha de ser gauche na vida. Fará muita falta”, escreveu Pomar.
Marco Aurélio Garcia
Nascido em Porto Alegre, no dia 22 de junho de 1941, Marco Aurélio fez parte da ala intelectual que ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980, e chegou a compor os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff na condição de assessor especial para assuntos internacionais.
Formado em Direito e Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UGRGS), com pós-graduação na Escola de Altos Estudos e Ciências Sociais de Paris, era professor aposentado do Departamento de História da Unicamp. Também foi professor na Universidade do Chile, na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, e nas Universidades Paris VIII e Paris X, na França.
No PT, foi vice-presidente entre 2005 e 2010, chegando a ocupar assumir temporariamente a presidência em 2006, após afastamento do então presidente do partido, Ricardo Berzoini. Garcia também foi secretário de Relações Internacionais do partido, em 1990, e foi um dos organizadores e fundadores do Foro de São Paulo, que reúne representantes da esquerda da América Latina e Caribe.
Além disso, o petista foi secretário de Cultura nos municípios de Campinas (1989-1990) e São Paulo (2001-2002). Nas eleições de 1994, 1998 e 2006 coordenou o Programa de Governo do Presidente Lula, e também o Programa de Governo da Presidente Dilma Rousseff na eleição de 2010.
O intelectual ganhou notoriedade em 2007 após ter sido flagrado fazendo um gesto obsceno enquanto assistia ao “Jornal Nacional”. Na ocasião, o telejornal transmitia reportagem em que se noticiava a descoberta de uma falha técnica no avião da TAM que caiu no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, naquele ano.