Do ATUAL
MANAUS – A mineração legal e ilegal, a agricultura e a pecuária estão transformando a cobertura florestal na Amazônia em crateras, contaminando rios e gerando riscos a ecossistemas, registra o MapBiomas no relatório Coleção 6 do MapBiomas Amazônia. O documento foi divulgado na quinta-feira (26), no Equador, sobre o uso do solo nos nove países que formam a Região Amazônica. Os dados são do período de 1985 a 2023.
O relatório foi elaborado com imagens de satélite que mostram locais onde a floresta foi reduzida. Segundo o MapBiomas, a mineração cresceu 1.063% no período, a agricultura 598%, e as pastagens 298%. A soma das perdas de cobertura florestal equivale a uma área do tamanho da Colômbia.
“Os principais desafios são conservar as áreas intactas e de baixa degradação, antes de alcançar o chamado ‘ponto de não retorno’ da Amazônia; e substituir as atuais atividades por outras que impactem menos a floresta. E, o mais importante: proteger as áreas naturais protegidas e territórios indígenas, que atuam como barreiras contra o desmatamento e a degradação”, diz Karen Huertas, especialista do MapBiomas Amazônia.
Segundo a análise, quase três quartos (71%) das perdas de florestas tropicais ocorreram no bioma Amazônia, que envolve o Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.
No total, 92,4 milhões de hectares de vegetação natural (florestal e não florestal) foram substituídos por atividades econômicas nos últimos 39 anos, segundo o relatório.
Diante desse cenário, o MapBiomas defende a implementação urgente de políticas que fortaleçam as unidades de conservação para conter o desmatamento.
Segundo a nota publicada pelo MapBiomas, se essa tendência continuar em poucos anos a Amazônia caminhará para um processo irreversível de savanização. A perda de florestas continuará liberando grandes quantidades de CO₂ na atmosfera, acelerando ainda mais o aquecimento global e reduzindo o habitat de milhares de espécies.