Do ATUAL
MANAUS – O comandante do Exército, Tomás Paiva, exonerou o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima do cargo de comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus, considerada a unidade de elite do Exército Brasileiro na Amazônia. Hélio foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim), deflagrada no dia 8 deste mês contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. Ele estava no cargo desde dezembro de 2023.
A exoneração foi publicada nesta quinta-feira (14) no DOU (Diário Oficial da União). Na mesma portaria, Paiva exonerou o tenente Guilherme Marques de Almeida do comando do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia. Leia a portaria.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, Hélio integrava o grupo que produzia e divulgava notícias falsas sobre as eleições presenciais de 2022 com objetivo de “estimular seguidores a permanecerem na frente de quarteis e instalações, das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o Golpe de Estado”.
Ainda de acordo com a apuração da PF, Hélio também fazia parte do “Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas”, cujos integrantes, a partir da coordenação e interlocução com o então ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, “atuavam em reuniões de planejamento e execução de medidas no sentido de manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo a mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais em Brasília”.
Em Manaus, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro ocuparam a entrada do CMA (Comando Militar da Amazônia), na zona oeste de Manaus, por dois meses, após as eleições. Eles não aceitam o resultado do pleito e pediam intervenção militar. O grupo foi retirado do local no dia 8 de janeiro de 2023 por decisão da juíza Jaiza Fraxe, da Justiça Federal do Amazonas.
Hélio atuou no GSI (Gabinete de Segurança Institucional) durante o governo Bolsonaro, antes de ser encaminhado a Manaus.