
Do ATUAL, com Estadão Conteúdo
MANAUS – O MBL (Movimento Brasil Livre) lançou um novo partido político. É o ‘Missão’. A nova sigla tem bandeira nas cores amarelo, preto e branco e o desenho de uma onça-pintada. São as mesmas cores e mascote do Amazonas Futebol Clube, campeão da Série C do Campeonato Brasileiro 2023.
A nova sigla foi anunciada no sábado (4) no 8º Congresso do MBL, em São Paulo. Para atuar pela nova legenda, o MBL precisa coletar assinaturas dos eleitores em todo o país e ter o pedido aprovado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Também é necessário obter um CNPJ. São 500 mil assinaturas necessárias para abrir o Missão.
No evento estavam presentes o senador Sérgio Moro (União-PR), o deputado federal Kim Katahuiri (União-SP), um dos fundadores do MBL e pré-candidato à prefeitura de São Paulo.
Questionado pelo Estadão Conteúdo, Kataguiri negou que os passos dados para tirar o partido do MBL do papel tenham a ver com as eleições ou com uma tentativa de angariar um capital político mais robusto para o seu nome. “Tenho muita segurança de que terei a legenda (o apoio do União Brasil) para disputar a eleição. Não há consenso, mas tenho a maioria”.
São 30 partidos registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O Estadão Conteúdo Kataguiri avaliou que esse número é pequeno. Egundo ele, o excesso está na quantidade de siglas representadas no Congresso. Por isso, o deputado se coloca a favor da cláusula de barreira, que impede que partidos com menos votos tenham tempo de TV e acesso a determinados recursos públicos.
“O MBL não é mais um partido. A maior parte dos partidos é um ajuntamento de pessoas que não têm ideologia nenhuma e que estão lá para disputa a eleição”, disse ao estadão.
Segundo o mentor do MBL, a ideia é que o partido do movimento subverta essa lógica e tenha unidade política, o que vai de encontro à aposta em projetos como a “Academia MBL”, um grupo interno de formação de “talentos” para a política.
O ex-deputado estadual Arthur do Val, que foi militante do MBL, foi cassado em maio de 2022 na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) por causa do vazamento de um áudio, enviado por ele a um grupo de amigos, no qual o ex-parlamentar diz que as mulheres ucranianas são “fáceis” por serem “pobres”, em referência ao contexto do começo da guerra no País.
Do Val disse ao Estadão que deixou o MBL por alguns meses “para não contaminar” o movimento, mas retornou para o grupo semanas depois, onde foi acolhido. “Isso mostra como o MBL é diferente dos outros. Ninguém ficou fazendo conta eleitoral do que aconteceria se me abraçasse”.
À época, do Val foi desfiliado do Podemos, partido do qual fazia parte. Sérgio Moro, que ainda era pré-candidato à Presidência pela sigla, também repudiou o comportamento do então correligionário. Em nota, ele disse que a fala de do Val era “inaceitável em qualquer contexto”. “Jamais dividirei meu palanque e apoiarei pessoas que têm esse tipo de opinião e comportamento”. Assim como do Val, Moro marcou presença no evento do MBL deste sábado.