Por Cleber Oliveira, da Redação
MANAUS – A médica pediatra Mayra Isabel Correia Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, confirmou em depoimento à CPI da Covid, na manhã desta terça-feira, que orientou médicos em Manaus, em janeiro deste ano, a fazerem o tratamento precoce contra a Covid-19, mas não era sua função e não tinha ordens para essa recomendação. “Nunca recebi ordens e o uso não é uma iniciativa minha pessoal”, declarou.
Segundo Mayra Pinheiro, o Ministério da Saúde apenas orientou sobre aplicação de doses adequadas, mas nunca recomendou o uso de cloroquina a pacientes da capital amazonense. “O Ministério da Saúde nunca indicou tratamentos para a Covid. Criou nota orientativa número 9, que depois virou a número 17, onde estabeleceu doses seguras para utilizar os medicamentos com o consentimento dos pacientes de acordo com o livre arbítrio”, disse.
“Nós estabelecemos doses seguras para que médicos brasileiros pudessem utilizar esses medicamentos com o consentimento dos seus pacientes”, afirmou a secretária. “Toda doença deve ser tratada precocemente”, defendeu.
O tratamento precoce só é eficiente se houver diagnóstico da doença a partir de testes rápidos ou exames de laboratório, o que não ocorreu em Manaus. “É o tratamento que todos os profissionais médicos oferecem a seus doentes. É tudo aquilo que o médico oferece em recursos farmacológicos aos pacientes”, disse.
A secretária também afirmou que essa não era sua função no Amazonas. “Minha escolha (para chefiar delegação federal) foi porque estou desde o início do governo, sou a secretária mais antiga. No primeiro surto fui deslocada para estar em Manaus fazendo o mesmo papel que organizar os recursos humanos em saúde. Um dos motivos para o qual eu fui designada foi a necessidade primordial para organizar e capacitar os recursos humanos de Manaus”, disse.
Mayra Pinheiro disse que não atendeu nenhum paciente de Covid-19 em Manaus, embora o trabalho na capital tenha sido uma grande experiência médica.