
MANAUS – Organizadores da manifestação programada para a tarde desta sexta-feira, 13, no Centro de Manaus, denunciam que a Praça da Polícia, local de concentração do evento, foi fechada, desde a noite de ontem. Na avaliação do estudante Yan Evanovick, a medida visa impedir a reunião de um grande número de pessoas à manifestação. Segundo ele, com cerceamento da praça para concentração do público, as pessoas terão que disputar as ruas do entorno com os carros, o que aumenta o risco de acidente.
O presidente da Juventude da Central de Movimentos Populares do Amazonas, Rodrigo Furtado, distribuiu uma nota de repúdio pela manhã contra a Prefeitura de Manaus. O documento diz que a medida visa “sabotar um ato público popular, pacífico e democrático”. Na verdade, a Praça da Polícia foi fechada pela Secretaria de Estado de Cultura, responsável pela gestão do espaço.
SEC explica
O secretário de Estado de Cultura, Robério Braga, informou que o fechamento da praça foi solicitada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) e visa proteger o patrimônio público. Segundo ele, o pedido foi feito pelo secretário executivo adjunto de Segurança para Grandes Eventos, coronel Dan Câmara, que disse ter sido feito um acordo com os organizadores do evento.
“O que me foi passado foi que era para proteger os jardins da praça. Foi solicitado que adotássemos medidas de proteção do patrimônio público”, disse.
O secretário Robério Braga também afirmou que parte da Biblioteca Pública também será protegida por grades, pra evitar eventual depredação. “A gente nunca sabe se no meio daqueles que querem fazer uma manifestação pacífica não vão se infiltrar vândalos com o objetivo de depredar o patrimônio público”, afirmou.
Reincidência
Não é a primeira vez que o poder público fecha uma praça em Manaus por ocasião de manifestações de rua. Em janeiro deste ano, a Prefeitura de Manaus bloqueou com grades todos os acessos à Praça Dom Pedro I, conhecida como Praça da Prefeitura, no Centro, para impedir a reunião de manifestantes contra o aumento da tarifa de ônibus. Guardas municipais armados impediam até a passagem de pedestre ao local. Na praça, fica o Palácio Rio Branco, usado pelo prefeito Arthur Virgílio Neto para despachar.