MANAUS – Os números de incêndios e queimadas em residências e vegetação em Manaus nestes dez meses de 2015 assustam. Conforme dados do Corpo de Bombeiros Militar, de janeiro a 15 de outubro deste ano foram registrados pela corporação 615 ocorrências de sinistros, a maioria na zona norte de Manaus, com 153 ocorrências, representando 25% do total. A maior parte dos sinistros ocorreram em área de vegetação.
A zona leste aparece em segundo lugar com 141 ocorrências, seguida da zona oeste, com 94; zona sul, com 92; zona centro-sul, com 84; zona centro-oeste, com 33 e, em último lugar, a zona rural, com 18 ocorrências.
Paralelo à essas informações, o Corpo de Bombeiros divulgou nesta segunda-feira, 19, que de janeiro até hoje, a instituição registrou no Estado 818 ocorrências de incêndios florestais, sendo que em Manaus esses números somam 502 ocorrências. O número é quase seis vezes mais do registrado em segundo lugar, com 92 ocorrências no município de Manacapuru.
Diante desse cenário e da constante cortina de fumaça que atinge Manaus quase todas as manhãs, o secretário de Estado do Meio Ambiente, Antônio Stroski disse ao AMAZONAS ATUAL que vai realizar nesta terça-feira, 20, uma reunião de emergência com secretários de Meio Ambiente dos municípios da Região Metropolitana para tratarem do aumento das queimadas nestes municípios e, em Manaus. Desde 1º de outubro que a capital amazonense está envolta por uma cortina de fumaça que tem causado diversos transtornos. Parte dessa fumaça, conforme informações de vários órgãos ambientais, é oriunda de queimadas em municípios vizinhos e mesmo de Estados próximos, como o Pará.
Para combater o avanço das queimadas, o secretário disse ainda que a Sema está atacando várias frentes no sentindo de sensibilizar e conscientizar a população sobre o impacto dos fogos. E uma das estratégias é a distribuição de cartilhas em 171 unidades de saúde do interior e da capital para que a população se conscientize dos riscos que trazem as queimadas. Além disso, o secretário deverá falar, na tarde de hoje, no centro de mídias da Secretaria de Estado da Saúde, que tem alcance para todo o interior, sobre o perigo, os riscos e as consequências das queimadas e da fumaça.
O secretário disse ainda que, aliado às queimadas ainda tem o fenômeno do El Niño que tem contribuído para se agravar a situação e ainda a escassez de chuvas. Conforme dados da CPRM, em setembro deste ano choveu apenas 15mm, 20% a menos que a série histórica de setembro tem registrado, que são 95mm de chuva.
Stroski adiantou que a Sema já está preparando um planejamento das ações de queimadas e desmatamentos para 2016, desenvolvendo atividades desde o inicio do ano, de forma prevenir este mesmo quadro de fumaças de 2015.