No final de semana passado, mais uma vez Manaus foi tomada pela fumaça das queimadas que assolam o estado e o entorno da capital. Mais uma vez não se sabe quem é o culpado e as responsabilidades.
A população foi pega de surpresa quando amanheceu e Manaus estava totalmente encoberta pela fumaça, afetando a visibilidade urbana e a saúde da população. Muitas pessoas voltaram a usar máscaras para se proteger. Mas também crianças e idosos e pessoas com problemas respiratórios tiveram que procurar atendimento de saúde.
O ar ficou com baixa qualidade para respiração humana, insalubre, um dos piores do mundo. Tudo resultado das queimadas que, pelo visto, estão ocorrendo de forma intensa em Manaus e nos municípios próximos.
As autoridades começam a encontrar desculpas. O prefeito de Manaus disse que as queimadas eram provenientes de municípios do entorno. O secretário do Meio Ambiente de Presidente Figueiredo informou que não vem de lá essa fumaça, pois o monitoramento que fizeram não mostrava grandes focos de queimadas.
O Governo do Estado anunciou, através de seu secretário do Meio Ambiente, de que a fumaça estaria vindo do Estado do Pará, onde ocorrem grandes queimadas. Lógico, que o os paraenses logo rechaçaram se eximindo de culpa.
As queimadas, os crimes ambientais, o fogo, o desmatamento precisam ser combatidos, com rigor, por todos os entes públicos, seja da instância municipal, seja a estadual e federal. Falta mais entrosamento, articulação, ações conjuntas. Mas será falta de recurso? Acho que não.
O Governo Federal já tinha anunciado liberação de recursos, não só para enfrentar as queimadas, mas também as consequências da estiagem.
Todo ano tem enchentes e estiagem, cada vez piores. Ações emergenciais são necessárias. Mas ações planejadas com antecedência para atender a população antes da ocorrência dos fenômenos da natureza precisa ser a rotina. Mas a questão do combate ao desmatamento e às queimadas precisa ser algo permanente. Exige investimentos. Nem helicóptero para enfrentar incêndios florestais o Governo do Estado tem, precisou emprestar do Mato Grosso para algumas ações.
Também precisa de gente. O momento é oportuno para chamar os concursados do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, principalmente do Batalhão Ambiental. Fortalecer a Defesa Civil, com contratação periódica de agentes de combate as queimadas, devidamente treinados. E muito mais. Mas as fiscalizações rigorosas contra interesses econômicos, que provavelmente patrocinam as queimadas, não podem ficar em segundo plano.
A população espera muito dos governantes e dos políticos nestes momentos. Mas parece que há também muita indiferença em relação ao sofrimento da população. Tem governante que viajou para assistir as corridas de Fórmula 1. Poucos políticos cobram, fiscalizam ações da Prefeitura e do Governo do Estado. Na discussão do orçamento, que ocorre no final do ano, nas duas casas legislativas, Câmara Municipal e Assembleia Legislativa, será que o assunto será pauta? E mais recursos haverá para evitar esta fumaça, o desmatamento e as queimadas?
Vamos ver.
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