Da Redação
MANAUS – O Amazonas registrou 209 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas. Nessa terça-feira, 21, eram 110. Já são 1.958 pacientes infectados em Manaus e 521 em 32 municípios do interior totalizando 2.479 pessoas contaminadas. O número de mortos é de 207 desde o início da pandemia no estado, no dia 13 de março, informou a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde). A FVS atribui a subida na curva de pacientes ao efeito da disseminação do vírus, o que ocorre por falta de isolamento social.
Rosemary Pinto, diretora-presidente da FVS, afirmou que está havendo um excesso de óbitos diariamente, principalmente em Manaus, sobretudo nas residências. “Nós sabemos que esse excesso de óbitos tem muito a ver com a epidemia que nós estamos vivendo hoje. Lembrando que temos um aumento nas ocorrências de óbitos domiciliares. Muitas vezes, o paciente é de risco, agrava, não tem tempo de chegar ao hospital para o atendimento e nós temos tido muitos registros de óbitos domiciliares”.
Das pessoas confirmadas com o vírus, 109 estão em UTI e 81 em leitos clínicos. Conforme a FVS, 879 já saíram do período de transmissão. Além dos pacientes confirmados, 708 pessoas estão internadas com suspeita da doença. O número de pessoas em isolamento domiciliar é de 1.203.
O vírus avançou nos municípios do interior e já atingiu 32 cidades: Manacapuru (230); Itacoatiara (48); Iranduba (37); Maués (28); Parintins (35); Maués (29); Tonantins (13); Tabatinga (22); Presidente Figueiredo (12), São Paulo de Olivença (11); Santo Antônio do Içá (11); Anori (8); Careiro Castanho (9); Tefé (6); Careiro da Várzea (4); Maraã (7); Autazes (3), Coari, Lábrea, Novo Airão, Rio Preto da Eva com dois casos cada; e Anamã, Barcelos, Beruri, Boca do Acre, Canutama, Carauari, Juruá, Jutaí, Manicoré, Santa Isabel do Rio Negro e Nova Olinda, com um caso confirmado cada.
A taxa de letalidade é de 8,35% e outras 44 mortes estão em investigação. Simone Papaiz, secretária de saúde, voltou a enfatizar a necessidade de isolamento social. “Fiquem em casa”, disse.
Busca por atendimento
Em relação às pessoas com sintomas que têm evitado procurar unidades hospitalares, Papaiz afirma que não há associação com a ausência de leitos. “Eu não atribuo a ausência de leitos de UTI para que essas pessoas não estejam indo às unidades hospitalares. O que vem acontecendo é a nossa orientação e informação de que em casos com sintomas leves as pessoas procurem o acesso no aplicativo Sasi do quadro de como se comportar frente às características e aos sintomas da doença”, disse.
A secretária negou que os que chegam às unidades hospitalares são recomendados a voltar para casa. “O que nós temos feito nas unidades é por conta do número alto de atendimentos. Em caso de pacientes com outras características, outros sintomas que podem ser atendidos na atenção básica, os diretores, a parte administrativa, a equipe assistencial, orientam esse paciente a procurar uma outra unidade (básica)”, afirmou. De acordo com a secretária, isso é feito para evitar que a população e os profissionais de saúde sejam contaminados.
Hospital de campanha
Papaiz informou que um novo hospital de campanha foi solicitado ao governo federal na visita do vice presidente Hamilton Mourão nesta segunda-feira, 20. “Nós solicitamos sim junto ao governo federal e ao Ministério da Saúde 400 leitos. Sinalizamos também que há necessidade não só da estrutura, mas de equipes, insumos e equipamentos para a implantação dessa unidade”, disse.
O hospital de campanha seria de média complexidade, que segundo a secretária, funcionaria para pacientes que precisam de assistência médica, mas não necessariamente um leito de UTI. Não foi informado onde deverá funcionar.
Mais leitos
Simone Papaiz informou que o HUGV (Hospital Universitário Getúlio Vargas) já começou a receber pacientes graves nessa terça-feira, 21, e funcionará como um hospital de referência. “Eles receberam ontem dois pacientes de UTI, mais nove pacientes de clínica médica. Sinalizaram uma capacidade inicial de 18 leitos de UTI, 45 de clínica médica. Estão finalizando a contratação de recursos humanos e vão estender esses 18 leitos para 31 leitos de UTI”, disse.
Quanto ao Hospital Beneficente Portuguesa, a secretária informou que uma reunião nesta quarta-feira será realizada para definir quantos leitos serão ofertados pela instituição. Questionada sobre o valor do contrato, Papaiz não respondeu.