Da Redação
MANAUS – A maioria dos 30 mortos (até esta quarta-feira, 8) por complicações causadas pelo coronavírus eno Amazonas tinha idade 60 e 80 anos, apresentava alguma doença anterior à infecção pelo e teve dificuldade em perceber os sintomas. Por isso, demoraram a procurar ajuda médica. A análise é da diretora-presidente da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas), Rosemary Pinto.
“Esses óbitos demonstram que a faixa etária não é mais apenas de pessoas entre 30 e 49 anos de idade. Essa faixa etária mudou, com idosos acima de 60 anos, mas muitas pessoas na faixa dos 70, dos 80 anos estão indo à óbito. Essas pessoas, normalmente, já têm outras doença crônica, como hipertensão, diabetes, doenças pulmonares, cardíacas”, disse Rosemary. A taxa de letalidade da doença entre os infectados no Amazonas é de 3,73%.
Conforme Rosemary, as medidas de restrição não estão sendo adotadas por pessoas idosas. Dezenas delas ainda são vistas nas ruas, em bancos e supermercados, mesmo com ampla divulgação de informações sobre os grupos de risco, no qual estão enquadradas. Essa exposição pode ser o motivo para o aumento dos casos nessa faixa etária, diz Rosemary.
“Outra coisa que chama atenção nos óbitos é que, apesar de todos os dias a gente fazer um apelo para que as pessoas que têm alguma cormobidade não se exponham, essa exposição continua acontecendo. O vírus chega, essas pessoas têm o sistema imunológico comprometido, são mais vulneráveis e com isso elas são as mais afetadas pela doença”, disse.
A diretora da FVS informou que após a análise dos casos foi verificado que essas pessoas tiveram dificuldade em perceber os sintomas do doença e chegaram ao hospital com estado de saúde grave. “Muitos dos nossos pacientes que estão indo à óbito estão chegando muito tardiamente nas unidades. Alguns deles já chegam em um quadro irreversível, apesar de todas as tentativas da equipe médica”, disse.
Como esses pacientes são pessoas do grupo de risco, qualquer sintoma como febre, mal estar, tosse seca ou dificuldade para respirar deve ser motivo para serem hospitalizados. Segundo Rosermay, os cuidadores são os principais responsáveis para identificar os sinais. “Quem cuida de pais idosos, quem cuida de pessoas com doenças crônicas, precisa estar atento aos sinais e sintomas e não deixar esses pacientes se agravarem, levar imediatamente para que tenham assistência médica adequada”, disse.
Das 30 mortes, seis eram de municípios do interior. Já foram 52 mortes notificadas no Estado deste o primeiro caso, no dia 13 de março. Dessas, 11 froam descartadas para coronavírus, e as demais estão em investigação.