Por Maria Derzi, da Redação
MANAUS – A renovação de 50% na CMM (Câmara Municipal de Manaus) nas Eleições 2016 atingiu as mulheres. Hoje, a CMM tem cinco vereadoras. A partir de 2017, serão quatro. Em princípio, a cota de 30% dos registros de candidaturas nos partidos reservada às mulheres não se reverteu na eleição de parlamentares femininas em Manaus. Das cinco vereadoras que disputaram a reeleição, apenas Terezinha Ruiz (DEM) e Professora Jaqueline (PHS) mantiveram os cargos. Glória Carrate (PRP), que em 2012 foi suplente de Ronaldo Tabosa, e Joana D’Arc (PR) foram as novas eleitas no último domingo, 2. Socorro Sampaio (PP), Rosi Matos (PT) e Vilma Queiroz (PTC) não se reelegerama.
Em termos de proporção representativa, a diferença é abissal. O eleitorado feminino em Manaus é de 665.730 eleitoras aptas a votar, 75 mil a mais que os homens, conforme o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em todo o Amazonas, são 1.185.868 eleitoras contra 1.134.335 homens aptos a votar.
“A democracia nem sempre é linear. Houve uma perda enorme do número de mulheres na CMM, o que é um absurdo porque as mulheres representam no Amazonas mais de 50% do eleitorado. Em Manaus, elas não tiveram o desempenho adequado dentro da margem de sua importância na cidade, principalmente levando em conta a quantidade de eleitoras na capital”, avalia o sociólogo Carlos Santiago.
Esse cenário, conforme Santiago, é extremamente preocupante. “Não identificamos, por exemplo, nenhuma mulher como candidata majoritária na cidade de Manaus. Aliás, os candidatos têm um perfil muito próximo: são pessoas ligadas à função pública, de bancos, da classe média e a figura da mulher, do negro e do índio fica em segundo plano. É uma pena que a democracia representativa está numa crise enorme e não consegue refletir a pluralidade e a riqueza que é a sociedade brasileira”, disse.
Santiago cita algumas causas para essa situação. “Isso se deve à ditadura que se tem nos partidos políticos, que acabam priorizando figuras ligadas a famílias dos donos desses partidos. Temos muito o que avançar na democracia representativa também”, afirmou.
Também socióloga, Valéria Marques avalia que essa baixa representatividade feminina reflete o momento atual de descrédito na política e a decepção com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). “A análise que faço do resultado dessa votação em Manaus, com relação a bancada das mulheres, é que tudo foi um reflexo da votação do congresso para presidente. Infelizmente, as pessoas que votaram contra a nossa presidenta tinham discursos misóginos, fundamentalista e machistas por conta desse patriarcalismo ainda enraizado dentro da nossa cidade. Infelizmente, deu-se esse resultado horrível, isto é, o fato de sermos mulheres no poder”, disse.
A socióloga afirma que os partidos só usam as mulheres para tapar buracos do elenco eleitoral que os satisfazem. “Às vezes, as mulheres entram na cota do partido apenas para completar e, infelizmente, isso nos traz esse resultado desastroso e de total retrocesso para nós, mulheres de Manaus”, declarou.
Valéria faz críticas severas à bancada feminina eleita no último domingo. “Dessas quatro mulheres, apenas uma dialoga com os movimentos sociais e muito mal. Uma delas, como professora, ainda trabalha em troca de favores individuais. É a ideia de ‘tudo o que o seu mestre mandar’ porque tem na cabeça que é dando que se recebe. A outra se elegeu porque o marido faz cirurgias e atendimentos médicos em troca de votos e, segundo o movimento, pouco aparece na câmara”, disse, sem citar nomes. “A outra faz política do coronelismo e usa a estrutura da Semed (Secretaria Municipal de Educação) e a outra ganhou com a pauta em defesa dos animais. As pessoas costumam pegar pautas que outros não visam. Tudo bem trabalhar pelos animais, mas e nós? O que poderemos cobrar? O que ela vai fiscalizar? O que estamos vendo é uma bancada conservadora e clientelista”, afirmou.
Valéria considera que o cidadão não sabe votar e tende apenas a reclamar. “O cidadão não quer abrir os olhos e entender o que é a política e que é ele que faz a mudança. Vai reclamar de tudo, mas não vai lá para fiscalizar”, disse a socióloga.
Gloria Carrate tem 4 mandatos como Vereadora (2013/2016; 2009/2012; 2005/2008 e 2001//2004). Em 2012 era meramente uma reles suplente do Ronaldo Tabosa que perdeu o cargo por ser condenado pela Ficha Limpa e ficou inelegível tudo porque o acusaram de usar a imagem do pai para se eleger (como se outros menos qualificados não usassem o mesmo expediente hoje dia em Manaus);
Socorro Sampaio exerceu a vereança por dois mandatos (2013/2016 e 2009/2012)
Vilma Queiros – teve dois mandatos (2008/2011 e 2013/2016);
O estranho desses discursos é que as vereadoras tiveram o bastante tempo para fazerem alguma coisa pelo bem da cidade e pouco se viu ou fizeram. Os eleitores e eleitoras manauaras, pouco conhecem das ações parlamentares das agora, ex-parlamentares, pois nunca houve na verdade um canal de comunicação objetiva, direta, clara e transparente para acompanhamento de tal vida parlamentar (assim como para os demais vereadores,que podem ser considerados meros bibelôs na lembrança do povo manauara). Afinal a função principal do vereador é (elaborar leis, discutir e votar as leis municipais e fiscalizar os atos do poder executivo municipal) mas pelo visto isso passa a ser mera balela já que a maioria so faz mudar nomes de ruas, renomear quadras esportivas, condecorar amigos, patricios e apresentar propostas de leis, sem nenhuma utilidade pratica para o cidaadão manauara.Esquecem estes tais vereadors que é preciso dialogar com a população e agir em prol da cidade e não apenas de um reles segmento social, de cor, de raça, sexo etc