Da Redação
(Atualizado às 16h)
MANAUS – A advogada Ana Regina Almeida, mãe do vice-governador eleito Carlos Almeida Filho (PRTB), postou para amigos no Facebook, neste sábado, uma mensagem em que chama o governador eleito Wilson Lima (PSC) de “laranja” do grupo empresarial Calderaro, proprietário do jornal A Crítica.
Ana Almeida não poupa nem o próprio filho na mensagem: “Triste constatar que votamos em duas pessoas para governo e nos deparamos com o comando de um grupo empresarial, A Crítica, que não votamos, estava oculto, surgem como Lobos para comandar nosso Estado. Quantas vezes me recusei a pensar que Wilson era laranja. Hoje é fato (sic)”, escreveu.
O ATUAL apurou que Ana Almeida reagiu a uma decisão de Wilson Lima e de Carlos Almeida de não nomeá-la para o comando da Sejusc (Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania). Ele ocupou o cargo de secretária adjunta da Sejusc no governo de Amazonino Mendes (PDT) entre outubro de 2017 e janeiro de 2018, quando pediu exoneração.
Ana Almeida pediu para voltar à pasta, agora, no cargo de secretária, mas o filho negou, sob o argumento de que a nomeação seria um caso de nepotismo. O pai de Carlos Almeida, o procurador de contas Carlos Alberto Almeida, inclusive, moveu ações junto ao TCE contra a contração de parentes nas administrações estadual e municipal ao longo dos anos. Para o filho, seria um contra-senso nomear a mãe a um cargo de primeiro escalão do governo.
Diante da negativa, a advogada disparou contra o governador e o vice eleitos.
Outro lado
A advogada Ana Almeida disse ao ATUAL que não pleiteou a Sejusc, por “terem me proposto a Controladoria”. Questionada se rejeitou o cargo, ela respondeu: “Eles não sabem nem pra que ela serve”. E completou: “Ouvidoria, pensavam em acabar. Apertar a mão do povo sim, ouvi-los no exercício do cargo, não”.
Respondendo às perguntas pelo aplicativo WhatsApp, Ana Almeida disse que “era do Estado” e renunciou “para ficar livre na campanha e ajudar no que pudesse como de fato fiz”. “Ajudar seria desde a campanha a esclarecimentos básicos da máquina de Estado”, explicou.
A advogada diz que conhece a máquina administrativa porque trabalhou na Seinfra (Secretaria de Infraestrutura), Sead (Administração), Casa Civil, FPS (Fundo de Promoção Social) e Sejusc. Por isso poderia contribuir com o governo de Wilson Lima.
Questionada se depois da campanha rejeitaram a ajuda dela, Ana Almeida usou uma frase para reafirmar o que havia dito no post do Facebook: “Não se trata de acatar ou rejeitar. Não conheço o Dissica, o chefe”.
A reportagem perguntou: “O Dissica é o chefe do Wilson e do Carlos?” A resposta: “É quem manda. Hoje soube que Tatiana, vice-presidente da A Crítica, será nossa representante no FPS. Cadê a Taiane? Ela não é interditada e é o marido o governador. Parentes dos eleitos não pode. Da A Crítica pode”, disse.
Ana Almeida também cobrou transparência do novo governo. “Ser público é ser transparente. Se os atos não estão transparentes, imagina as futuras contas”.
A reportagem tentou ouvir Carlos Almeida Filho, mas ele preferiu não se manifestar sobre o caso. A assessoria de Wilson Lima disse que ele também não iria se manifestar.
Post no Facebook
Se a mãe do vice governador já faz uma denúncia e alerta a população, cabe a ALE-AM fiscalizar este governo que estará iniciando em 01 de janeiro. Mais um político que mentiu em campanha e enganou o eleitor. É notório também a participação de pessoas pertencentes ao grupo político do ex-governador José Melo na equipe de transição do novo governador Wilson Lima. Isto de NOVO é puro FAKE NEWS. Todas as promessas de campanha são FALÁCIAS.