
Do Estadão Conteúdo
BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sua meta é evitar que o Brasil volte ao “neofascismo, neonazismo e autoritarismo”, uma referência às características que o presidente atribui à gestão de Jair Bolsonaro.
“Queremos eleger um governo em 2026 para continuar processo democrático no Brasil. não queremos entregar o país de volta ao neofascismo, neonazismo e autoritarismo. Queremos entregar o País com mais educação”, declarou Lula aos seus ministros, na abertura da reunião ministerial desta segunda-feira (20).
O presidente disse, ainda, que sua gestão privilegia “a educação e o humanismo, não o algoritmo para fazer a cabeça das pessoas”. Lula defendeu, ainda, que seu governo pretende “fazer com que o Brasil volte a ter uma democracia plena”.
Trump e acordos comerciais
Lula disse torcer para que os Estados Unidos continuem a ser o parceiro histórico que é com o Brasil, mesmo sob a gestão de Donald Trump, e que espera que o novo presidente faça um governo para melhorar a vida da sua população. De acordo com Lula, o Brasil não quer guerra com nenhum país, seja Estados Unidos, Venezuela ou China.
“Tem gente que fala que a eleição do Trump pode causar problema na democracia mundial. O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos e eu, como presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua para que o povo americano melhore e para que os EUA continuem a ser o parceiro histórico que é do Brasil”, afirmou Lula.
“Da nossa parte, não queremos briga, nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia, nem com a Rússia. Nós queremos paz, harmonia, ter uma relação em que a diplomacia seja a coisa mais importante, não a desavença, não a encrenca”, completou.
Aval da Casa Civil
Lula disse aos ministros que qualquer portaria ministerial deverá passar pela Casa Civil. “Daqui para frente é dedicação. Mais do que vocês já tiveram. Daqui para frente nenhum ministro vai poder fazer portaria que crie confusão para nós sem que essa portaria passe pela Presidência da República através da Casa Civil. Muitas vezes a gente pensa que não é nada, mas alguém faz uma portaria, faz um negócio qualquer, e daqui a pouco arrebenta e vem cair na Presidência da República”.
Apoio no Congresso
Sobre atuação da base aliada no Congresso, o presidente disse que quer continuar com o apoio dos partidos políticos que integram o governo federal, mas cobrou que os ministros precisam trabalhar para garantir essa aliança.
Ainda que não tenha feito essa cobrança de forma explícita, a fala de Lula acontece no momento em que é discutida no Palácio do Planalto uma reforma ministerial para garantir maior governabilidade ao governo.
“Temos vários partidos políticos (conosco), quero que os partidos continuem juntos. Mas estamos chegando no processo eleitoral e a gente não sabe se os partidos que vocês representam querem continuar trabalhando conosco ou não. Essa é uma tarefa também de vocês em 2025. É uma tarefa grande”, declarou o presidente.
Lula cobrou, ainda, “dedicação” dos ministros, “mais do que vocês já tiveram”. “Só temos um objetivo daqui para frente: lutar, construir e colher. O povo brasileiro está esperando muito de nós”, completou.
(Reportagem: Gabriel Hirabahasi, Sofia Aguiar e Caio Spechoto)