Por Alessandra Taveira, da Redação
MANAUS – Pais dos estudantes do Colégio Militar da Polícia Militar V, na Universidade Nilton Lins, na zona centro-sul, reclamam que a diretoria quer transferir os alunos do ensino médio para escolas comuns da rede pública. A alegação é de lotação do prédio.
Atualmente, de acordo com a Secretaria de Estado de Educação, a unidade atende 6.412 estudantes, o que significa que a escola tem 85,32% de matriculados além de sua capacidade.
O colégio tem 46 salas e capacidade para receber apenas 3.460 estudantes do ensino fundamental e médio. Em nota, a Seduc confirmou que a gestora major PM Daniela Cerdeira de Paula pediu um novo prédio para funcionar como anexo. A Secretaria informou, ainda, que o prédio está à disposição da Polícia Militar, que é a corporação responsável pela demanda dos estudantes.
Daniela Cerdeira de Paula é a terceira pessoa a assumir a gestão da escola em 2021. Ela está há 23 dias na administração.
Na tarde de quinta-feira (11), a gestão divulgou um formulário on-line solicitando a opinião dos responsáveis pelos alunos sobre as mudanças para o ensino médio no ano letivo de 2022.
O texto informa que a consulta se baseia no que foi discutido em reunião na manhã de quinta-feira (11) com a Associação de Pais, Mestres e Comunitários. As assuntos são: a possibilidade de abertura de turma de ensino médio no turno da noite, transferência de alunos para um prédio anexo no bairro Alvorada, zona centro-oeste, e “não rematricular seus filhos”. Veja:
O ATUAL teve acesso às mensagens trocadas por pais de alunos em grupo de WhatsApp, com coordenadores e gestão. “A escola não controlou a quantidade de alunos”, disse o responsável por um dos estudantes; outro diz que a “escola falhou” em permitir a entrada exacerbada de estudantes. “Matricularam sem controle nenhum, agora vão ter que tirar o excesso. É simples. Não tem lugar para todo mundo”, complementou outro responsável.
O CMPM 5 funciona nas dependências da Nilton Lins desde 2016. O contrato da Seduc com a empresa Mabluma Administradora de Bens e Participações, em março de 2016, por dispensa de licitação, foi de R$ 3,7 milhões. Renovado em dezembro de 2019, o valor subiu para R$ 3,9 milhões. No novo aditivo, de 21 de setembro de 2021, o valor é o mesmo.
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Em nota, a Seduc esclarece que o Colégio da Polícia Militar na Universidade Nilton Lins não será desativado e que a gestão da PM solicitou à secretaria um novo prédio para funcionar como anexo e que o prédio está à disposição das decisões da corporação. A pasta não informou quantos alunos devem ser transferidos nem onde fica o novo prédio. Consultada, a PM não se posicionou sobre o assunto.