EDITORIAL
MANAUS – A Prefeitura de Rio Preto da Eva foi a primeira a liberar o uso de máscaras em locais públicos no Amazonas; e Manaus deve liberar nos próximos dias. Essa medida, no entanto, vem a reboque de uma onda de eventos públicos em que as pessoas flagrantemente desrespeitaram os decretos municipais e estadual que obriga o uso do acessório em locais públicos abertos.
A própria Prefeitura de Rio Preto da Eva realizou, no dia 31 de outubro a Festa da Laranja, que reuniu milhares de pessoas às margens do Rio Preto, principal ponto turístico do município. Na ocasião, apesar de a prefeitura orientar sobre a obrigatoriedade do uso de máscara, eram raras as pessoas que a usavam.
Em Manaus poucas pessoas usam máscaras em locais públicos e muitos deixaram de usar o acessório em ambientes fechados, como lojas e restaurantes. No domingo passado, na reabertura da Ponta Negra para banho de rio, a orientação era que os frequentadores ussassem máscara. Ninguém usou e não havia quem fiscalizasse.
Quando, no auge da pandemia, a Covid-19 assustava e matava, o uso de máscaras era quase uma exigência coletiva. As pessoas usavam e cobravam das que esavam sem o acessório. Atualmente, ninguém mais se incomoda se uma pessoa chega em determinado ambiente sem máscara.
De fato, apesar dos decretos tornando a máscara obrigatória, as pessoas nunca se sentiram obrigadas. A maioria passou a usar por medo; outras, por acreditarem que ela protege e dificulta o contágio pelo vírus.
A máscara tem benefícios e é muito consumida em países asiáticos. No Japão, por exemplo, o uso do item de proteção passou a fazer parte da cultura do país, desde o início do século passado. A máscara foi um item quase obrigatório durante a epidemia de gripe espanhola, e os japoneses nunca mais deixaram de usá-la.
A qualquer sintoma de gripe ou outra doença transmitida por vírus, os japoneses usam máscara em respeito às outras pessoas, para evitar infectá-las.
Em Manaus muitos reclamam da máscara e dizem ser um incômodo usá-la em dias de calor. Se fosse esse o problema, os políticos nunca teriam adotado o terno como vestimenta.
O ser humano se adapta a tudo, e a adaptação à máscara não representaria um sacrifício. Em respeito aos outros, ela deve ser usada mesmo depois da pandemia por pessoas com problemas de saúde que podem comprometer a saúde de outras pessoas.
Não precisa ser obrigatório, mas por uma questão de cidadania, o acessório deveria ser um item da vestimenta do brasileiro, assim como é no Japão.