Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – A juíza Ana Paula Serizawa, da 4ª Vara Federal do Amazonas, respondeu às últimas manifestações da defesa do ex-secretário de Estado de Fazenda Afonso Lobo, que responde a três ações penais no âmbito da Operação Maus Caminhos, insinuando a imparcialidade dela no julgamento de ação por organização criminosa contra Lobo. A juíza disse que não vai tolerar “insinuações maliciosas”.
“Se a defesa pretende alegar a imparcialidade desta magistrada, que utilize os meios legais disponíveis. Insinuações maliciosas, como a presente em sua última manifestação, não serão toleradas por este Juízo, por desrespeitar à boa-fé processual”, afirmou Serizawa.
No último dia 2 de abril, a juíza respondeu às acusações da defesa de Lobo acerca de suposta “ação controlada” e incompetência por parte dela para julgar o caso. Segundo a defesa, à época das investigações Lobo era secretário de Estado de Fazenda, ou seja, tinha foro privilegiado.
Na ocasião, Serizawa afirmou que a investigação tinha como alvo o médico Mouhamad Moustafá, apontado como líder da organização criminosa. “Naquele ponto da investigação o agora réu Afonso Lobo não estava sendo investigado. Não tinha como a Polícia Federal nem este juízo supor que o dinheiro seria destinado a uma pessoa com foro por prerrogativa de função”, afirma a juíza.
Pedidos negados
Serizawa negou o pedido de Afonso Lobo para a ouvir o ex-secretário de Educação do Amazonas e atual secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, alegando que ele “nenhum conhecimento possui sobre o crime imputado ao réu”. A juíza determinou que a defesa de Lobo substitua a testemunha indicada.
A juíza federal negou aos jornais acesso às mídias da colaboração premiada da empresária Priscila Marcolino Coutinho sustentando que “a delatora tem direito a ter sua privacidade preservada, conforme previsto em lei”. Priscila Coutinho é a segunda delatora da Operação Maus Caminhos, depois da enfermeira Jennifer Naiyara.