Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – O juiz Fabiano Verli, da Justiça Federal do Amazonas, afirmou que a defesa dos acusados das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips “não está lendo da melhor maneira” os laudos da Polícia Federal e até se confundiu ao citá-los. Ainda assim, diz Verli, insiste em ouvir 26 peritos responsáveis pelos documentos. Os pedidos foram rejeitados.
“Já decidi sobre isso, mas voltarei ao assunto sempre que obrigado pelas circunstâncias ou por exigência das partes. A defesa elenca nomes de 26 peritos. E só. Em seguida pede a oitiva de todos. Por quê? Até o momento, ela não trouxe nenhuma dúvida pontual ou geral sobre as perícias, mas quer a produção de prova oral, mas insistindo em se recusar a dizer a razão dela”, diz Verli.
De acordo com o juiz, os laudos estão “plenamente acessíveis a todos” e, mesmo assim, nos dias de audiência de instrução e julgamento do caso, a única vez que a defesa mencionou os laudos “citou-os errado até ser ajudada por membro do MPF (Ministério Público Federal) que, pedindo um aparte, lhe indicou os laudos corretos”, afirmou Verli.
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“Isso mostra que a defesa não está lendo da melhor maneira os laudos. Mas é preciso ler os autos antes de fazer pedidos de forma diversa da previsão da lei processual. O CPP [Código de Processo Penal] 400 diz que é dever do juiz indeferir produção de prova irrelevante, impertinente, desnecessária ou protelatória”, disse Verli.
O juiz afirmou que os peritos podem ser ouvidos em audiência, mas é necessário a formulação da dúvida. “E, para isso, é necessária uma atenta leitura dos autos com posterior formulação de dúvidas pertinentes. Nada disso ocorreu até o momento. São laudos e laudos, já há muito disponíveis, e não vimos até o momento dúvida técnica alguma”, afirmou Verli.
Ainda conforme o magistrado, os advogados dos acusados já teve oportunidade de submeter os laudos aos seus próprios peritos, mas não o fez. “Assim, principalmente após as oitivas já realizadas, por ora, não é o caso de ouvida de peritos, por desnecessária”, concluiu o juiz ao rejeitar os pedidos da defesa.