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© 2022 Amazonas Atual
Dia a Dia

‘Judeu-errante’ e ‘costela-de-adão’: nem a botânica escapa do preconceito

27 de maio de 2022 Dia a Dia
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Costela-de-adão é uma 'trepadeira' (Foto: YouTube/Reprodução)
Costela-de-adão é uma ‘trepadeira’ (Foto: YouTube/Reprodução)
Por Carolina Moraes, da Folhapress

SÃO PAULO – O que costela-de-adão, catinga-de-mulata, judeu-errante têm em comum, além de serem plantas, é terem nomenclaturas ofensivas – e esses nomes racistas, machistas e antissemitas não se restringem aos nomes vulgares na botânica.

Sagrado para povos originários, o famoso jatobá, por exemplo, tem por nome científico Hymenaea courbari, que relaciona a rigidez da casca do fruto ao hímen. Kaffir, uma palavra ofensiva aos negros que se aproxima da ideia de “nigger”, em inglês, também aparece nessas nomenclaturas oficiais.

“A botânica, ciência mãe do saber clássico, cria uma visão de mundo organizada”, conta Giselle Beiguelman, artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo que passou o último ano investigando essa nomenclatura.



“Além de haver muitos nomes pejorativos, científicos e vulgares, muitas delas são consideradas numa categoria que a ciência não acredita mais que seja corrente, que é a de ervas daninhas”. São plantas que não sevem economicamente, portanto.

Essa pesquisa da taxonomia como uma extensão de um projeto colonial, e que reforça uma série de preconceitos, é o mote da nova exposição de Beiguelman, “Botannica Tirannica”, no Museu Judaico, em São Paulo.

A artista conta que no levantamento desses nomes, que abordou uma série de línguas diferentes, ela achou cerca de 300 dessas plantas. Mas se fosse incluir nomenclaturas mais genéricas de ninfeias ou as virginianas, que remetem a uma pureza e delicadeza da virgindade feminina, o número saltaria para 3.000.

O impulso para a pesquisa partiu de quando Beiguelman pediu uma muda de uma planta que, descobriu, se chamava “judeu-errante”, título de uma narrativa medieval que serviu à propaganda nazista inclusive. A artista é judia.

Na exposição, ela apresenta as próprias plantas vivas organizadas entre núcleos que remetem a nomes pejorativos para mulheres, negros, roma e sinti, chamados equivocadamente de ciganos, indígenas e judeus.

“Isso dá oportunidade das pessoas verem aquilo que elas sempre viram e que o imaginário colonialista neutralizou. Tanto que não há nenhum incômodo em ter em casa uma planta e chamá-la de costela-de-adão, quando é o símbolo máximo do machismo instalado do lado do seu sofá”, diz ela.

Quando a artista fala desse imaginário colonial ela se calca da descoberta, durante a pesquisa, de que a botânica serviu “ao empreendimento das colônias”. Isso porque o processo de estudar, registrar visualmente e estudar as formas de aclimatação de plantas nesses países com frequência servia para aprender a domar a flora e começar as grandes plantações.

Para ela, o símbolo máximo desse projeto de categorização se encontra hoje na inteligência artificial, como uma espécie de “colonialismo de dados”. “Ela é a versão 5.0 dessas categorias, sem classificação ela não funciona”, explica ela.

Numa perspectiva de reverter isso, Beiguelman criou a série “Flora Mutandis”. Com o uso de inteligência artificial, ela alimentou um banco de imagens a partir de categorias próprias. Todas as plantas com nome de sapato se tornaram uma nova criação chamada “sapatas”. As que falam de partes do corpo agora são uma série de “corpas”.

Ao fazer a máquina rodar essas imagens, que sempre têm que ser quadradas, o resultado é uma flor mutante e totalmente diferente.

Ela conta que usou basicamente o mesmo método que Francis Galton se valeu para organizar seus estudos que desembocariam na ideia de eugenia. O movimento do século 19 criado pelo britânico, inspirado no trabalho de Charles Darwin, propunha usar a ciência para melhorar as características genéticas das próximas gerações – e o que era considerado melhor era justamente o homem branco.

“Sou a pessoa mais pela ciência, o que não implica que a gente não tenha que fazer uma revisão do quanto isso vai além do discurso científico”, defende.

Na pesquisa, ela também compreendeu como os Estados Unidos já perpetuavam ideias de eugenia antes mesmo da Alemanha nazista. Não à toa, são frequentes nomes como “nigger toe”, que é dado à nossa castanha-do-pará.

O Brasil mesmo reproduzia essas ideias pela Sociedade Brasileira de Eugenia. “Aí quem eram os membros? Toda a fina flor da intelectualidade brasileira – Monteiro Lobato, Ronald de Carvalho”, ressalta ela.

Mas nessa proposta de rever o que é colonizador e preconceituoso, Beiguelman também cria um mote de que “toda erva daninha é um ser rebelde”, exibido em letreiros de neon. O próprio jardim externo com essas plantas vivas foi denominado de “Jardim da Resiliência”.

“Apesar do gatilho traumático do ‘judeu-errante’ para mim, a errância é um conceito filosófico muito radical. O nômade na filosofia de Gilles Deleuze é quem tem a potência para a mudança”, diz.

“Esse jardim reúne todas essas minorias no sentido político, que foram sempre tão ultrajadas pela violência do colonialismo e serviram como um parâmetro de alteridade”, disse.

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Assuntos botânica, costela-de-adão, Preconceito
Cleber Oliveira 27 de maio de 2022
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