Do ATUAL
MANAUS – Acusado de tentar matar à facadas uma colega de trabalho no Centro Universitário Fametro, em setembro de 2022, o estudante Elias Eduardo de Souza recebeu autorização judicial para frequentar aulas de ensino superior à noite na Faculdade Estácio, na zona centro-sul de Manaus. A autorização foi do juiz Fábio Lopes Alfaia, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
A defesa de Elias pediu flexibilização do horário do recolhimento noturno, que começa às 20h, para que ele frequentasse as aulas durante toda a semana, mas o juiz estendeu a saída à noite até 23h somente nas segundas-feiras. Alfaia considerou que o cronograma apresentado pela defesa indica que ele só terá aulas presenciais nesses dias.
Elias está cumprindo medidas cautelares desde dezembro do ano passado, quando o juiz Lucas Couto Bezerra revogou a prisão preventiva dele. Além de usar tornozeleira eletrônica, o jovem está proibido de se aproximar da vítima e de familiares dela, tem que comparecer todos os meses na Justiça para justificar atividades e não pode sair de Manaus sem autorização da Justiça.
Entenda o caso
O caso ocorreu no dia 17 de setembro de 2022 no prédio do Centro Universitário Fametro, na Avenida Constantino Nery, bairro Chapada.
A vítima, Erika Freire, que é assistente de biblioteca, disse à polícia que estava conversando normalmente com o rapaz quando ele chegou por trás dela, colocou a faca em seu pescoço e disse: “tenho uma surpresa pra ti”.
Ambos travaram uma luta corporal e a mulher foi atingida com um golpe no pescoço e nas mãos. Ela foi atendida pelo Samu e depois encaminhada ao Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, na zona centro-sul.
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Policiais militares que atenderam a ocorrência disseram que quando chegaram ao local Erika já estava sendo atendida pelo Samu, mas ninguém sabia do paradeiro de Elias, apenas que ele ainda estava no prédio.
Após realizarem busca, policiais descobriram que ele estava “tentando suicídio, pendurado em uma das janelas do prédio, com parte do seu corpo para o lado de fora”. Após a detenção, sob orientação de profissionais da saúde do centro universitário, Elias foi encaminhado para o Centro de Saúde Mental do Amazonas para receber atendimento médico.
Conforme a polícia, Elias foi orientado a ficar internado e não recebeu alta médica para deixar o local, onde permaneceu até a justiça decretar a prisão preventiva dele.
Em agosto deste ano, a Justiça do Amazonas declarou Elias “inimputável” por entender que, no momento do crime, ele era incapaz de discernir seus atos. Ela considerou laudos de peritos que apontam que o jovem tem doença mental.