Da Redação, com Ascom Acnur
MANAUS – O consulado do Japão doará R$ 445 mil à Cáritas Arquidiocesana de Manaus para reforma e ampliação da Casa do Migrante Beato João Scalabrini, na zona oeste da capital. O espaço abriga refugiados venezuelanos e ganhará mais espaço e comodidade.
A doação foi anunciada pela cônsul-geral do japão Hitomi Sekiguchi e o investimento será diretamente revertido na ampliação e melhoria do abrigo, que passará a ter capacidade para 70 refugiados. Ano passado, mais de 850 refugiados e migrantes venezuelanos passaram pelo local.
“O Japão tem um histórico de ser bem acolhido no Brasil, e queremos apoiar o acolhimento brasileiro aos refugiados venezuelanos, proporcionando melhorias em suas condições de estada. É um compromisso do povo japonês com os brasileiros e com a população da Venezuela”, disse Hitomi Sekiguchi.
“O trabalho do Acnur (órgão da ONU para refugiados) no Brasil busca fortalecer e apoiar a rede local para acolhida de pessoas refugiadas e migrantes. A reforma do abrigo Santo Antônio vai garantir apoio emergencial e de proteção para quem foi forçado a deixar a Venezuela, e também para refugiados de outras nacionalidades que precisam de apoio, como colombianos, haitianos e cubanos, algo que sempre foi papel histórico da casa”, disse a chefe do escritório em Manaus Catalina Sampaio.
Segundo dados da Polícia Federal, 16 mil venezuelanos haviam solicitado formalmente refúgio em Manaus até abril de 2019. Atualmente, são 1.115 venezuelanos distribuídos em seis abrigos espalhados da cidade.
O número de venezuelanos fora do seu país é resultado de um intenso e contínuo fluxo de saída. Mais de 4,8 milhões de pessoas já haviam deixado o país até junho desse ano. Cerca de 115 mil solicitaram refúgio no Brasil, segundo a Polícia Federal.
Os países latino-americanos estão recebendo a vasta maioria dos venezuelanos, com a Colômbia respondendo por cerca de 1,3 milhão, seguida pelo Peru (768 mil), Chile (288 mil), Equador (263 mil), Brasil (168 mil) e Argentina (130 mil). O México e os países da América Central e do Caribe também recebem um número significativo de refugiados e migrantes da Venezuela.