Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – O estudo “Ciência e pseudociência durante a pandemia de Covid-19: o papel dos ‘intermediários do conhecimento’ nas políticas dos governos estaduais no Brasil”, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) colocou o Amazonas em 14º no ranking de avaliação do trabalho dos governos estaduais no enfrentamento da Covid-19.
O estado teve pontuação 7.2, enquanto outros quatro tiveram nota 10: Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. O estudo considerou que o Amazonas teve falta de ransparência nas ações tomadas e que foram utilizados remédios sem comprovação científica para o tratamento da doença.
Em entrevista ao ATUAL, o autor do estudo, Rodrigo Fracalossi, afirma que o estado esteve muito preparado quando se fala em equipes de cientistas e especialistas, mas que é necessário gestão política para impedir que negacionistas ganhem força e influenciem nas decisões.
O Amazonas criou quatro grupos de pesquisas para enfrentar a doença. O Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública, o Comitê Interinstitucional de Gestão de Emergências em Saúde Pública, o Comitê Intersetorial de Enfrentamento e Combate ao Covid-19 e o Comitê de Monitoramento de Emergência da Fundação de Vigilância.
O estado de Alagoas, por exemplo, criou apenas um. No Acre, são dois grupos. Na Bahia são três. Em comparação, o Amazonas criou uma estrutura firme com apoio de cientistas de órgãos de saúde e das universidades públicas, de acordo com o estudo.
“A estrutura foi boa, especialistas foram mobilizados, gente da área participou do processo, o plano de contingência foi muito bom”, disse o pesquisador, que é técnico de Planejamento da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do instituto.
No entanto, o técnico avalia que essa estrutura foi afetada por grupos sociais que não concordavam com as medidas de proteção.
“Ao mesmo tempo que esses cientistas, essas estruturas estavam ativas com pessoas da Fiocruz participando, da Universiadade estadual, federal, da Fundação de Medicina Tropical, tinham outros grupos que tentavam levar para o outro lado. Houve no Amazonas a distribuição de medicamentos do Kit Covid”, disse.
O pesquisador lembrou de quando comerciantes fizeram um dia de protesto contra o fechamento de lojas e estabelecimentos, decretado pelo governador Wilson Lima.
“Teve um problema no final de 2020 que foi a imposição bem rigorosas de distanciamento, mas em função de outros grupos contrários, o governo voltou atrás. Alguns dias depois decidiu autorizar o funcionamento de vários tipo de atividades econômicas e depois aconteceu uma manifestação muito grave da segunda onda da pandemia”, diz, lembrando também da crise de oxigênio que ocorreu em janeiro de 2021.
Para Rodrigo, é preciso gestão política no estado, capaz de equilibrar as decisões importantes com base nos grupos de pesquisas e na estrutura de saúde montada.
“O estudo mostra que houve forças opostas, uma atuando para usar evidências científicas e outras no sentido contrário. Isso mostra a importância da administração política na situação para conteção da pandemia. Não basta criar essas estruturas se a gestão política do processo for deficiente. É preciso força política do governador para conseguir administrar e conter essas forças contrárias”, explica.
Cenário epidemiológico
Até o dia 18 de novembro, a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde) contabilizou 428.912 casos da doença desde março de 2020. Nas 24h anteriores ao dia 18, foram registrados 97 novos casos e duas mortes pela doença.
No Amazonas, 13.789 pessoas morreram vítimas da Covid. Em Manaus, 32 pessoas estão internadas em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O estado passa por estabilidade nos casos, após avanço da vacinação contra a doença.
E NOSSAS AUTORIDADES AINDA QUEREM FAZER FESTA DE NATAL, FINAL DE ANO E CARNAVAL. VEJAM QUE A EUROPA JÁ ESTÁ NUMA SITUAÇÃO BASTANTE COMPLICADA DEVIDO A MUTAÇÃO DO VIRUS CHINÊS. O MINITÉRIO PÚBLICO E A OAB-AM TEM QUE PROIBIR ESTAS FESTAS E EXIGIR QUE O DINHEIRO QUE IRIA SER GASTO SEJA INVESTIDO NA “SAUDE”.
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