
Da Redação
MANAUS – De 29 barragens cadastradas no Amazonas, nenhuma apresenta o risco de rompimento, segundo o diretor do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), Juliano Marcos Valente de Souza. Isso porque as características da atividade mineral no Amazonas são diferentes do trabalho feito em Mariana (MG) e Brumadinho (MG) e, por isso, “não há a necessidade de preocupação tão grande em fazer referência das nossas barragens com as mineiras”, disse Juliano Valente.
“Aqui na Mineração Taboca todas as barragens de rejeitos contaminados são construídas em vales. Imagina assim: você tem uma bacia e um copo d’água (dentro dela). Se a água desse copo transbordar ou esse copo estourar, fica retido na bacia, ou seja, é uma garantia que esse processo dá para que o rejeito que, porventura, venha a ter algum problema de escoamento, fique contido nessa bacia”, afirmou o diretor.
Juliano Valente disse que as diferenças entre os trabalhos de mineração no Estado com os de Minas estão nos critérios de execução, capacidade, estrutura, porte, tamanho de atuação, tipo de minério, tipo de atividade minerária, características de produção e níveis de poluição de rejeito. Além disso, segundo ele, a forma de contenção das barragens no Amazonas também é diferente.
“Tudo influencia na forma como ele (rejeito) vai ser contido. Existem cálculos e modelamentos matémáticos que levam em consideração isso. Mas a principal característica que a gente pode ressaltar é o relevo do solo e a característica geográfica da região. Isso faz com que a gente tenha maior controle do armazenamento e menos impacto”, afirmou.
As dez principais barragens de mineração no Amazonas estão concentradas na Mineração Taboca, localizada no município de Presidente Figueiredo (a 128 quilômetros de Manaus). De acordo com o secretário, até o ano de 2014 elas eram consideradas de alto risco, mas os dados atuais do Ipaam apontam que apenas duas delas continuam na mesma situação.
Segundo o diretor, esses dados que ainda apontam alto risco nas duas barragens não são motivo de alarme “porque são dados de controle”. Além disso, essas duas barragens estão sendo acompanhadas pelos órgãos de fiscalização, uma delas pela ANM (Agência Nacional de Mineração).
Valente revelou que nos dias 8 e 9 de fevereiro os técnicos do Ipaam, Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) e da Comissão de Mineração da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) vão inspecionar as barragens da mineradora. O presidente do Ipaam afirmou que, em caso de um provável rompimento, os riscos ambientais são idênticos ao impacto causado em Minas.