MANAUS – O aumento de casos da Covid-19 em Manaus justifica, sim, a adoção de medidas de combate à aglomeração de pessoas, como fez o prefeito de Manaus ao determinar a interdição da Ponta Negra, a partir deste fim de semana.
No entanto, essa não deveria ser a única medida. Governo do Amazonas e Prefeitura de Manaus precisam atuar em outras frentes, como as festas clandestinas e bares, a fiscalização nos shoppings centers para fazer valer as regras de distanciamento, entre outras.
Já havíamos chamado a atenção, neste espaço, para os riscos do que denominamos “relaxamento geral das medidas de segurança”, principalmente nos fins de semana, com as aglomerações em bares e balneários de Manaus.
As pessoas, sem que os riscos da pandemia do novo coronavírus fossem afastados, voltaram à normalidade de uma hora para outra, e passaram a se comportar como se a Covid-19 já estivesse erradicada.
Em nenhum país do mundo se vê relaxamento das medidas como no Brasil. E em Manaus, uma cidade que virou noticia internacional pelo colapso do sistema de saúde e o número de mortes no período mais crítico da pandemia, as pessoas, de repente, parecem ter esquecido aqueles dias desesperadores.
Até que a doença esteja controlada por medidas mais sólidas, como uma vacina eficaz, os cuidados com a segurança sanitária são necessários, não apenas para evitar o colapso do sistema de saúde, mas para evitar mortes.
Conter aglomerações talvez seja importante, também, para lembrar à população de que ninguém está imune à Covid-19.
E às pessoas que não se importam com as medidas de segurança e provocam aglomerações é preciso que se diga que mesmo assintomáticas, podem levar a doença a quem respeita às regras e está fazendo sua parte para evitar o contágio.
Se alguns não se importam consigo mesmos, é preciso que respeitem a liberdade dos outros que querem viver. E a quem não se dispõe a respeitar voluntariamente o outro, que respeite pela força.