Por Nicola Pamplona, da Folhapres, e da Redação
MANAUS-AM E SÃO PAULO-SP – A produção industrial no Amazonas cresceu 4,4% em janeiro de 2020, comparado a janeiro de 2019, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O acumulado nos últimos 12 meses foi de 5,5%. Metade dos 14 estados pesquisados tiveram queda na indústria.
O Pará foi um que apresentou queda com 6,6% em janeiro, e acumulado dos 12 meses negativo de 1,9%. Minas Gerais alcançou -14,2% em janeiro e -6,8% (acumulado); o Espírito Santo registrou -20,9% no primeiro mês e -17,4% no cumulado; Já Santa Catarina também caiu 2,1% e 0,5% no acumulado; Rio Grande do Sul (-1,6% em janeiro e -1,9%, no acumulado); Mato Grosso: -5,7% e -2,7%, respectivamente; e Goiás -2,0% e -2,5%, respectivamente.
A indústria brasileira teve queda no geral de 1%, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, 12.
Desempenho nacional
A produção industrial cresceu em 13 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE. Foi a alta mais disseminada desde maio de 2018, quando o setor se recuperava da greve dos caminhoneiros.
A indústria brasileira teve alta de 0,9% em janeiro, após dois meses de queda. Foi o melhor desempenho para o mês desde janeiro de 2017, segundo o IBGE.
A indústria de São Paulo cresceu 2,3%, puxando a alta do indicador. “Essa alta foi impulsionada pelos setores de veículos automotores, máquinas e equipamentos e metalurgia”, disse o analista responsável pela pesquisa, Bernardo Almeida. A segunda maior influência positiva veio do Rio, com alta de 3,9%, influenciada pelos setores automotivo e de derivados de petróleo.
Na Bahia, o crescimento foi de 10,3%, anulando as perdas acumuladas de 5,5% nos três meses anteriores. Indústria automotiva, produtos químicos e derivados de petróleo impulsionaram a indústria baiana em janeiro. De acordo com o IBGE, os únicos estados com recuo foram Pará (-4,2%) e Mato Grosso (-2,3%). No primeiro, foi a queda mais intensa desde setembro de 2019, reflexo de recuo no setor extrativo.
Em janeiro, o crescimento foi disseminado em três das quatro grandes categorias econômicas pesquisadas pelo instituto, com destaque para bens de capital, que avançou 12,6% após um fim de ano de queda.
Para a pesquisadora Luana Furtado, do FGV IBRE, o resultado poderia sinalizar um crescimento mais elevado do PIB, mas o surto de coronavírus trouxe novas incertezas trazidas para o setor.
De acordo com os dados do IBGE, a produção industrial mostrou comportamento volátil ao longo de 2019. Durante o ano, foram sete meses de quada e cinco de alta.
Na comparação com janeiro do ano anterior a indústria está em alta em apenas 8 dos 15 locais pesquisados. Ao todo, a produção industrial nacional registrou queda de 0,9% nessa base de comparação.
O quadro é semelhante quando se compara o indicador acumulado de 12 meses, com alta em apenas 8 dos 15 locais pesquisados. Em São Paulo, o crescimento acumulado é de 0,7%.
A maior baixa é do Espírito Santo (-17,4%), sob efeito da redução do processamento e embarques de minério de ferro após o rompimento de barragem da Vale em Brumadinho (MG), que deixou 270 mortos.
Em Minas, a produção industrial acumulada em 12 meses tem queda de 6,8%.