O prêmio da academia americana de cinema, de melhor documentário, saiu para “Indústria Americana” que trata do fechamento da fábrica da GM em uma cidade nos EUA, e logo em seguida um importante investidor chinês compra o local e levanta um fábrica gigante de vidros automotivos na qual tenta inserir a cultura chinesa de eficiência no processo, evitando sindicatos, valor da hora trabalhada reduzida e em alguns casos robotizando algumas operações. Tudo pelo resultado.
GM x FUYAO
Uma das cenas iniciais do documentário é uma placa, bem no começo, da linha de produção com a seguinte frase: o fim. Ou seja, seria o último carro produzido pela GM naquele período. A fábrica que fechou representava praticamente o PIB da Cidade e com isso levou muitas pessoas a perderem seus carros, casas e sobretudo a dignidade.
Um exemplo é uma jovem senhora – operadora de empilhadeira – que perdeu sua moradia e passou a morar no porão da casa da irmã. Um pequeno quarto. Ela relata a sua vontade de voltar para a classe média, mas estava satisfeita com a novo trabalho mesmo ganhando menos.
Flutuante PIM
Os cenários apontam para um processo de esvaziamento de investimentos, de população e obviamente de novas alternativas para a economia do Estado. Algumas discussões tratam de alternativas desvairadas, que parecem que foram pensadas em voo de helicóptero de poucos minutos.
O fato é que a nossa indústria é a base de um grande flutuante econômico de uma boia só. É óbvio que precisamos de outros pontos de apoio, de outras possibilidades, contudo é imprescindível manter o polo industrial.
Tecnologia Açacu
O banzeiro dos ideais liberais bate em nosso flutuante. O tsunami da Revolução Industrial 4.0 inunda os países. O casamento com a tecnologia precisa ser o mais rápido possível, os recursos de P, D&I (Pesquisa, desenvolvimento e inovação) podem ser um caminho possível.
Muito mais que um hub nossa região tem a vocação para um grande proxy de investimentos em alta tecnologia. A Fuyao levou aos EUA sua cultura. Que venham todas. Temos um enorme “capability” , como diria a pesquisadora Norlela Ariffin, e precisamos usá-lo.
Ato final
E vamos ser realistas projetos de biotecnologia, bioeconomia e afins possuem um tempo de maturidade e crescimento de sua curva de valor, pela média dez anos, portanto o PIM precisa estar flutuando. Se colocarmos a placa de fim nas últimas linhas de produção, nem porto de lenha seremos.
Corta.
Os artigos publicados neste espaço são de responsabilidade do autor e nem sempre refletem a linha editorial do AMAZONAS ATUAL.