Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Indicado para integrar a CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD) afirmou, nesta quinta-feira, 15, que não há nenhuma prova ou até mesmo indício de ligação dele com qualquer atividade delituosa na Operação Vertex, a quinta fase da ‘Maus Caminhos’, que investiga desvio de verbas da saúde do Amazonas.
O parlamentar respondeu a matéria da CNN Brasil onde ele é citado como investigado por desvios de recursos para a área da saúde quando ele foi governador do Amazonas. Segundo a reportagem, relatório da Vertex elaborado pela Polícia Federal cita o nome dele 256 vezes em 257 páginas.
Aziz chamou o relatório da Polícia Federal de “narrativa ficcional”. “A forma como foi apresentado o relatório, isto é, uma narrativa ficcional, mostra por si só a fragilidade desse documento, pois não aponta nenhum fato concreto e provado envolvendo Omar Aziz com atos ilícitos”, afirmou o senador.
O senador disse que a Polícia Federal “não tinha e não tem atribuição para conduzir a operação”. Ele citou que o TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) declarou a Justiça Federal incompetente para apurar as irregularidades por “ausência de qualquer verba federal supostamente ligada aos fatos em apuração”.
O senador afirmou que segue à disposição das autoridades competentes para “esclarecer sobre qualquer tema relacionado aos fatos em apuração e destaca que confia na Justiça e, em razão de sua total isenção nos fatos, espera, após analisados pelas autoridades competentes, ser totalmente excluído da investigação”.
A Operação Vertex foi deflagrada em julho de 2019 pela Polícia Federal e o MPF (Ministério Público Federal) e prendeu nove pessoas, entre elas a ex-primeira-dama do Estado e atual deputada estadual Nejmi Aziz (PSD), e os irmãos de Omar: Amin Aziz, Murad Aziz e Manssur Aziz.
O juiz federal Marllon Souza, da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal do Amazonas, também autorizou busca e apreensão nas casas do senador Omar Aziz em Manaus e Brasília. O senador foi proibido de ter contato com os outros investigados, com exceção da mulher e dos irmãos, e de se ausentar do país.
As investigações indicaram que Amin, Murad e Manssur usavam a posição deles de irmãos do senador para obter vantagens ilícitas, entre elas o pagamento de R$ 100 mil a Manssur Aziz, um carro de luxo a Murad Aziz e a concessão de contratos superfaturados para a empresa de Amin Aziz.
Leia a nota de Omar Aziz na íntegra:
Sobre a referência ao nome do Senador Omar Aziz citado no relatório da Polícia Federal de 2019, nos autos da Operação Vertex, é importante esclarecer para a sociedade que não foi produzida prova alguma ou nem mesmo apresentado indício de ligação de Omar Aziz com qualquer atividade delituosa.
A forma como foi o apresentado o relatório, isto é, uma narrativa ficcional, mostra por si só a fragilidade desse documento, pois não aponta nenhum fato concreto e provado envolvendo Omar Aziz com atos ilícitos.
Sobre este caso, inclusive, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região declarou, por acórdão, não ser a Justiça Federal competente para apurar a questão por ausência de qualquer verba federal supostamente ligada aos fatos em apuração. Por essa razão, pode-se dizer que a autoridade policial responsável pelo relatório não tinha e não tem atribuição para conduzir a investigação nem para relatá-la.
Ainda assim, como fez em toda a sua vida de homem público, e aí se vai mais de 30 anos, Omar se colocou à disposição das autoridades competentes para esclarecer sobre qualquer tema. Confiando na Justiça e, em razão da total isenção nos fatos relatados, Omar Aziz espera, após analisados pelas autoridades competentes, ser totalmente excluído da investigação ora tratada.