Por Conceição Melquíades, do ATUAL
MANAUS – O empresário Cosme Salles, de 66 anos, dono do Frigorífico Master e da Distribuidora de Bebidas BM (Bebidas Master), destruídos por incêndio nesta terça-feira (3), estima em R$ 1 milhão o prejuízo. Os estabelecimentos estão localizados no “Fuxico”, rua de lojas atacadistas na zona leste de Manaus.
Cosme Salles disse que foi surpreendido com um incêndio que atingiu, além dos comércios dele, outro imóvel vizinho, todos na Rua Brigadeiro Hilário Gurjão. “Só a câmara frigorífica custa mais de R$ 300 mil. Também perdemos os frangos, as calabresas, salsichas e muita estivas”, lamentou Cosme Salles.
Segundo Salles, ambas as distribuidoras existem há 10 anos e possuem, juntas, 15 funcionários. Nenhum deles ficou ferido.
A fumaça deixou todos muito atordoados, conta Rosana Vasconcelos. Ela é proprietária de uma residência nos fundos da distribuidora. Rosana disse que quando percebeu, a fumaça havia invadido a casa dela. “Corri para ver minha mãe”, disse, apontando para uma idosa de 70 anos que estava na cozinha tomando café da manhã com a neta, uma adolescente de 12 anos, ao receber a reportagem do ATUAL. Ela estava na área em frente da casa quando percebeu a fumaça se espalhando por todos os cômodos.
“Foi um desespero. A gente não sabia o que estava acontecendo. Só percebemos a fumaça preta invadindo tudo e corremos em direção à rua. Nem lembrei de pegar nada, mas depois os vizinhos nos ajudaram. Pegamos o que conseguimos e espalhamos nos vizinhos”, disse Rosana, que mora há 20 anos no local.
Outro morador, Esileudo de Jesus, de 38 anos, é proprietário de umas das casas próxima ao local do incêndio. “Foi uma fatalidade. Ninguém espera que isso aconteça. Maior Susto. Só pensei na minha filha, uma criança que estava dentro de casa quando vi a fumaça. Depois vi que era a distribuidora que pegava fogo”, disse Eliseudo. Ele é comerciante há três anos e estava arrumando a lanchonete para abrir no período da tarde.
Doze estabelecimentos
O diretor de operações da Defesa Civil do Município, José Mendes, disse que os moradores da residência situada nos fundos da distribuidora terão que sair do local. Embora o imóvel não apresente riscos de desabamento, há risco de o fogo recrudescer pois ainda há muito material inflamável.
Entre a distribuidora e o frigorífico há uma loja de material descartável em que havia fagulhas na tarde desta terça. José Mendes disse que o prédio será demolido para que o Corpo de Bombeiros faça o rescaldo. “Estamos esperando que o Corpo de Bombeiros apague o fogo, e isso ainda deve durar a noite inteira”, disse.
Entre os 12 imóveis afetados, apenas dois nos fundos das lojas destruídas são residenciais, mas os moradores estão seguros. Mendes disse que a orientação é que as famílias sejam retiradas, mas somente por precaução devido à fumaça tóxica. “As casas não possuem riscos nas suas estruturas, mas vamos averiguar com cautela e vamos conversar com os moradores ainda”.
Unidas pela mesma parede
A rua do “Fuxico” é conhecida pela forma em que as lojas são distribuídas. Os estabelecimentos são unidos por uma única parede, o que faz com que qualquer sinistro atinja as demais.
O eletricista Francisco Rogério de Queiroz, de 50 anos, conta que o fogo começou por volta das 9h40 quando um trabalhador realizava um serviço de solda em um galpão que está sendo construído ao lado do frigorífico.
A solda respingou e atingiu um papelão, se espalhando até atingir um pacote de embalagem de marmita de isopor e um pacote de óleo de cozinha. “O fogo aumentou rápido demais. Quando sentimos, já havia se espalhado em boa parte dos produtos, mas conseguimos sair antes que se alastrasse mais”, disse Francisco Rogério.
Segundo o Corpo de Bombeiros, 116 homens atuam no local.