Da Redação
MANAUS – Casas e terrenos aparentemente abandonados pelos donos são os preferidos de estelionatários para aplicar o golpe da casa própria em Manaus, alerta o delegado Antônio Rondon, da Polícia Civil do Amazonas. “Se a proposta é irrecusável, desconfie”, diz o delegado.
Rondon diz que o estelionatário observa por algum tempo casas, apartamentos ou terrenos, geralmente negligenciados pelos proprietários. Eles arrombam o local, trocam a fechadura e começam a anunciar a venda do imóvel. Segundo o delegado, a área do Tarumã, na zona oeste, já foi um dos pontos de maior índice de golpes de vendas de casas e terrenos na capital amazonense.
Já o delegado Rafael Allemand chama atenção para ofertas pela internet. “Se for comprar terrenos ou imóveis pela internet, marque no local e vá sempre acompanhado de um advogado, de um especialista em Direito Imobiliário, ou então de uma corretagem de imóveis, para não ser vítima de uma organização criminosa, tendo em vista que eles utilizam documentação falsa pessoal e do imóvel também. Para você não ser vítima e não ter seu dinheiro jogado fora, procure um especialista. Mas, se for vítima, procure a Delegacia”, disse.
Para adquirir ou dar um valor em dinheiro como entrada em uma residência, orienta o delegado, é preciso sempre checar a escritura da casa em cartório, se o imóvel está arrolado em algum processo na Justiça e se pode ser vendida. “Quando envolve imóvel, inevitavelmente, é preciso ir ao cartório verificar a inscrição, se ele está alienado, ou amarrado em algum financiamento, ou até mesmo se tem autorização para ser vendido. O mesmo procedimento preventivo vale para compra de um terreno”, orientou.
De acordo com a Polícia Civil, todas as falsas vendas têm um valor bem abaixo do mercado. Investem no visual e na lábia para tentar dar maior veracidade a história. As vítimas de estelionato também seguem um padrão: são pessoas que querem obter vantagem de uma forma que se acredita ser lícita e, na pressa, acabam se descuidando de protocolos básicos de segurança.
O delegado cita o caso de Késia Macedo da Silva, apontada pela polícia como uma golpista em série, que conseguiu enganar mais de 60 pessoas na venda de um único apartamento, e chegou a faturar R$ 300 mil.
A mulher anunciava um imóvel abandonado como se fosse seu, e as vítimas chegaram a arrombar o local, após o sumiço de Késia. De cada pessoa, ela pedia uma entrada que variava de R$ 1 a 5 mil. Ao receber a quantia, ela desaparecia e mudava o número de celular.
Como identificar um golpe da casa própria
• Checar todas as documentações fornecidas pelo vendedor
• Ir ao cartório verificar se o imóvel tem alguma pendência jurídica ou se pertence à pessoa que está negociando
• Ao efetuar um pagamento adiantado, solicite um documento que comprove a compra parcial da casa, ou a chave do imóvel
• Se o valor for muito abaixo do valor de mercado, é provável que seja golpe
• Ao negociar pela internet, planeje um encontro com o vendedor. Marque o encontro em locais públicos e preferivelmente esteja na companhia de um advogado
• Procure saber o histórico do vendedor e se ele realmente é o dono do terreno ou imóvel.