MANAUS – A Delegacia Geral de Polícia Civil do Estado do Amazonas usou dois pesos e duas medidas no caso das prisões de Adail Pinheiro e dos cinco funcionários da Prefeitura de Coari, neste sábado. Pela manhã, ao prender Eduardo Jorge de Oliveira Alves, Francisco Erimar Torres de Oliveira, Alzenir Maia Cordeiro, Anselmo do Nascimento Santos e Elias do Nascimento Santos, a Polícia Civil fotografou o rosto de todos eles e enviou as fotos para os veículos de comunicação. O embarque no aeroporto de Coari e o desembarque no aeroporto de Manaus também foram fotografados e divulgados, inclusive na página da Polícia Civil no Facebook.
No caso de Adail, a prisão foi feita longe dos olhos da imprensa e das câmeras da polícia. A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que não foi avisada da chegada do prefeito na Delegacia Geral. Ele chegou e saiu pela portas dos fundos e foi protegido da imprensa que tentava fotografá-lo. As imagens conseguidas pelos melhores repórteres fotográficos da imprensa local mostram Adail de muito longe, com um boné na cabeça.
A Delegacia Geral deve uma explicação para essa prática, que se tornou comum. As pessoas que os delegados julgam “sem importância” têm suas imagens expostas sem restrição quando são presas e algemadas. Quando se trata de “pessoas importantes”, a a mesma polícia se encarrega de protegê-las para impedir que suas imagens sejam expostas.
Nota da Polícia Civil a respeito do tema no Facebook:
“Informamos que, devido a pedido feito pelos advogados de defesa do prefeito de Coari, Adail Pinheiro, que invocaram o Direito Constitucional da Preservação da Imagem, não foi possível registrar o momento em que o suspeito compareceu à sede da Delegacia Geral de Polícia Civil do Amazonas, no bairro Dom Pedro, por volta das 13h15 deste sábado (8), onde ele se entregou.
Após o início dos procedimentos legais na Delegacia Geral, Adail Pinheiro foi conduzido ao Comando de Policiamento de Área (CPA), na zona centro-oste. Os outros suspeitos foram encaminhados ao Instituto Prisional Antônio Trindade (Ipat). Todos irão responder pelos crimes de formação de quadrilha e abuso sexual de menores.”
Abaixo, a imagem do divulgada pela Polícia Civil no perfil da instituição no Facebook.