Da Redação
MANAUS – A Secretaria de Estado de Saúde, a FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas) e FMT (Fundação de Medicina Tropical) investigam dez casos suspeitos de doença de Chagas em Amaturá (a 909 quilômetros de Manaus). Técnicos foram enviados ao município nesta sexta-feira (6) para agilizar o diagnóstico, tratamento e investigação dos casos.
A secretária municipal de Saúde de Amaturá, Janete Eufrásio, disse que os casos suspeitos de doença de Chagas foram identificados na comunidade Caturiá 3, zona rural do município, e notificados na quinta-feira (5) à FVS.
“As informações preliminares são que os casos suspeitos estão ligados à ingestão de açaí. Assim que fomos notificados, a equipe de vigilância foi mobilizada”, disse Janete. Não há dados sobre os pacientes e o estado de saúde deles.
De acordo com a diretora-presidente da FVS, Tatyana Amorim, foi constituída uma equipe para investigar os casos . “Todos os casos registrados estão sendo monitorados para que possamos identificar a fonte de infecção e interromper a cadeia de transmissão”, informou.
O chefe do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS, Elder Figueira, afirma que essa é a primeira vez em 18 anos que Amaturá apresenta casos de doença de Chagas e que 18 casos suspeitos estão sendo revisados. “A princípio, os casos receberam diagnóstico de malária, mas, durante a revisão de lâminas do exame, foi observada a presença do parasita Trypanosoma cruzi, havendo confirmação laboratorial da doença”, disse.
Transmissão
O parasita Trypanosoma cruzi é o agente etiológico da doença de Chagas. No Amazonas, a principal forma de transmissão da doença ocorre por meio de ingestão de suco de açaí contaminado. A principal forma de prevenção é a inspeção visual e a captação dos frutos antes da preparação e manipulação dos alimentos.
Além do açaí, outros alimentos podem estar envolvidos na transmissão oral do parasita, como frutas, vegetais e respectivas preparações, como suco de cana de açúcar, buriti e bacaba.